Avanço da telemedicina dá novo rumo para uma saúde preventiva mais democrática

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(Foto: Drazen Zigic/Freepik)

A telemedicina tem revolucionado a maneira como cuidamos da nossa saúde. O fato de poder se consultar com um médico e receber diagnósticos rápidos e sem sair de casa consolidou-se como uma realidade próspera para a área. À primeira vista pode parecer  contraditório, mas a medicina à distância tem sido fundamental para aproximar médicos e pacientes, permitindo um contato constante e eficiente entre as partes. A telemedicina também é, muitas vezes, responsável pela atenção primária à saúde, com  diagnósticos iniciais e intervenções preventivas.

A medicina preventiva, aliás, tende a crescer com a expansão deste novo modelo de atendimento. Com o auxílio da tecnologia, a possibilidade de realizar o acompanhamento médico se eleva exponencialmente, tornando o cuidado mais democrático e acessível a todos. Isso porque a telemedicina abre o caminho para a realização de “visitas” constantes nas casas das pessoas de forma online, o que se traduz na redução de custos e do tempo despendido em traslados de grande distância.

Além disso, é preciso destacar que este potencial é realmente escalado a novos patamares graças à possibilidade de utilizar ferramentas tecnológicas complementares que tornam o tratamento ainda mais assertivo. Pelo fato da telemedicina ser nativamente tecnológica, a adição de novos recursos e soluções ocorre de forma muito mais simples do que em um consultório físico. Dentre os aparatos que contribuem para uma saúde preventiva mais robusta, o grande destaque fica para a inteligência artificial.

Por meio da tecnologia mais disruptiva do momento, é possível transcrever as consultas, automatizar a documentação clínica dos pacientes e, principalmente, aproveitar da inteligência de dados para a compilação e ordenação estratégica das informações clínicas dos pacientes. Tal suporte ajuda a transformar o papel do profissional da saúde, que passa a atuar de forma mais estratégica e assertiva, resultando em maior eficiência e qualidade no atendimento.

Como consequência a essa nova realidade, o que temos observado é uma redução drástica na burocracia digital. Vale lembrar que estatísticas recentes apontam que os médicos desperdiçam 50% do tempo assistencial no preenchimento burocrático e que mais da metade dos profissionais da saúde declaram sofrer com burnout, segundo a revista especializada JAMA Network. Sendo assim, o uso da IA na telemedicina assume um papel importante para simplificar essa realidade e contribui para minimizar a pressão cognitiva do corpo clínico.

No entanto, é importante ressaltar que o avanço do aparato tecnológico dentro da telemedicina também enfrenta desafios, especialmente em relação à segurança e privacidade dos dados dos pacientes. É crucial que as informações estejam sempre protegidas e sejam usadas de maneira consciente. Outro ponto fundamental passa pelo estabelecimento de um relacionamento verdadeiramente produtivo entre médico e tecnologia, onde o profissional possa confiar no papel da IA, mas não dependa exclusivamente dela, evitando o viés da automação.

O rápido desenvolvimento e avanço da telemedicina, impulsionado principalmente pela adoção de recursos como a IA, representa um avanço significativo para uma saúde preventiva mais ampla. Conforme aponta a própria Organização Mundial da Saúde, o progresso tecnológico oferece a oportunidade de expandir o conhecimento médico de forma democrática e escalável para todos, tornando a prevenção mais acessível e eficiente em todos os níveis.

*Igor Couto é CEO e fundador da Sofya, startup pioneira em utilizar Inteligência Artificial para raciocínio clínico no Brasil. Um dos maiores especialistas em deep tech, o empreendedor atua para revolucionar o cenário atual da saúde, permitindo que médicos e especialistas da área implementem o raciocínio clínico com IA e, assim, transformem ineficiências, riscos e imprecisão em excelência médica

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