As tendências inevitáveis para a telessaúde e a telemedicina

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(Foto: Freepik)

A atual circunstância mundial, oriunda da pandemia da Covid-19, tem provocado uma série de adaptações, com grandes impactos no mercado, na gestão e na assistência em saúde. Nesse contexto, uma série de pesquisas recentes tem demonstrado que algumas tendências são inevitáveis, dentre elas, a Telessaúde e a Telemedicina.

No Brasil, com o objetivo de propor uma alternativa de acesso a serviços de saúde, foram intensificadas ações de atendimento, prevenção e monitoramento. Em recente Painel publicado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, cerca de 1/5 dos usuários de internet com 16 anos ou mais utilizaram serviços de telessaúde, com predominância pelos usuários do SUS (63%), os quais representam aproximadamente 74% do total de pessoas que utilizame serviços de saúde no país.

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Os termos Telemedicina ou Telessaúde apresentaram um exponencial crescimento na última década. Um levantamento da Associação Brasileira de Planos de Saúde revelou que, com a pandemia, mais de 2,5 milhões de pessoas buscaram o serviço de teleconsultas entre março de 2020 e abril deste ano.

Nesse sentido, uma série de desafios se apresentam e merecem especial atenção da ciência e do mercado, tais como a garantia de que esses serviços sejam prestados com qualidade, a expansão do acesso à saúde em um país com relevantes índices de exclusão digital e a humanização do atendimento por meio desses canais online.

Outros questionamentos que devemos nos fazer sob o ponto de vista da gestão são sobre como estruturar soluções integradas de sistemas, de forma que possamos desenvolver modelos preditivos de saúde:

  • Como remunerar de forma adequada os profissionais, a partir da prática dessa modalidade de atendimento?
  • Como assegurar que as decisões acerca desse tipo de tecnologia, sejam pensadas a partir de boas práticas de governança, que considerem princípios de ESG (Enviromental, Social, Governance)?
  • Como assegurar que os cursos de graduação, mestrados, doutorados e programas de residência estejam provocando os novos profissionais a encarar esse futuro inevitável?

Isso sem mencionar os usuários, lembrando que as práticas mais atuais de mercado nos apontam uma necessidade de traçar objetivos e criar produtos centrados na experiência dos clientes. Dessa maneira, será preciso prever a entrega de serviços remotos, que sejam acessíveis, seguros e que garantam a saúde preventiva. Um desafio constante será também o de preservar o aspecto humano dos atendimentos, mesmo com profissionais e pacientes separados por telas.

Essas são apenas algumas das muitas questões a serem discutidas e refletidas a partir da integração da tecnologia com a saúde humana. Essas questões devem ser fortemente provocadas, por meio da prática da boa ciência e da aplicação criativa da capacidade humana de se adaptar ao denominado novo normal e a suas implicações ainda não conhecidas.

Afinal, nossas experiências recentes nos levam a crer de forma mais intensa no ambiente BANI, que em português significa Fragilidade, Ansiedade, Não linearidade e Incompreensibilidade. A prática da inovação focada em necessidades humanas deve ser pauta constante de empresas e pessoas, que visem responder não apenas os anseios atuais de nossa sociedade, mas prever e responder o que ainda está por vir.

* June Cruz é Diretor Executivo da Província Marista Brasil Centro Sul e Professor do Programa de Mestrado e Doutorado em Administração e do Programa de Mestrado Profissional em Gestão Cooperativa da PUCPR

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