Embora não seja uma doença, a dor lombar é um problema que atinge grande parte da população: segundo a Organização Mundial da Saúde, 80% das pessoas já teve ou terá esse sintoma. A dor lombar ou lombalgia é também, de acordo com a Sociedade de Ortopedia e Traumatologia, uma das principais causas de falta ao trabalho.
O ortopedista e coordenador do Plantão Ortopédico do Hospital São Vicente Curitiba, Mário Armani, é mais específico: “neste momento, de 13% a 28% da população está se queixando de dor lombar”. Ele explica que essa dor pode ser oriunda de uma predisposição genética, mas, geralmente, inicia devido a algum desequilíbrio na região. “A causa mais comum é a mecano-postural, em que na maioria das vezes há uma predisposição por alterações posturais e uma sobrecarga por esforço ou movimento brusco que desencadeia a crise de dor”.
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A lombalgia pode ser mais comum entre aqueles que ficam muito tempo em pé ou muito tempo sentado. “Isso pode ocorrer principalmente se há um desequilíbrio muscular envolvido. A musculatura é o que protege a estrutura osteoarticular, fazendo com que haja uma melhor distribuição do peso. Por isso é tão importante manter os músculos paravertebrais e abdominais fortalecidos e a musculatura posterior das coxas alongada”.
Em outras palavras, o ortopedista orienta que uma forma de se proteger do problema é fazer exercícios físicos e dá outras dicas: “Deve-se manter o peso ideal para a altura, evitando assim a sobrecarga, e realizar exercícios frequentes, incluindo sempre alongamentos. Deve ainda ter muita atenção à postura no local de trabalho ou estudo, procurando sempre manter a coluna alinhada e vertical, ombros relaxados e os dois pés bem apoiados no chão”, ensina.
Auxílio médico e tratamento
Mário Armani ressalta a importância de acompanhamento especializado nos casos mais críticos. “Deve-se procurar atendimento médico nas situações de dor incapacitante, ou seja, quando não cede a dor com analgésicos simples; quando a dor se mantém por mais de uma semana; quando há crises recorrentes; quando há perda de sensibilidade ou perda de força associadas”.
Os analgésicos são indicados para o alivio do problema, mas o médico faz um alerta: “Os medicamentos, na sua imensa maioria, são para tratamento de sintomas e, portanto, apesar de não serem específicos, são amplamente utilizados para possibilitar o bem-estar até que se consiga o reequilíbrio das funções estrutural e motora. Porém, o uso constante de analgésicos pode mascarar um quadro de causa grave da dor, além de ter efeitos colaterais potencialmente muito graves”.
O primeiro passo para tratar do problema, diz o ortopedista do Hospital São Vicente, é fazer cessar a dor e, na sequência, investigar a sua causa. Ele frisa que o avanço do sintoma pode trazer comportamentos que prejudicam ainda mais a saúde do paciente. “A persistência da dor pode levar a diminuição da atividade física, levando o paciente ter osteoporose, sarcopenia, depressão, além de poder se tornar um quadro crônico de tratamento mais difícil”.
Especialmente na fase inicial, é indicado fisioterapia e RPG (Reeducação Postural Global), contudo, há casos em que o tratamento é mais invasivo. “Desvios posturais são tratados com fisioterapia e reeducação postural global, e desvios estruturados, alterações degenerativas, pós-traumáticas, ou congênitas, por exemplo, pode ser indicado cirurgia”, salienta o ortopedista.
*Informações Assessoria de Imprensa