O mês das mães também pode ser o mês do amor

Maio é o mês das mães, mas você sabia que este também é o mês de destaque para o incentivo à doação de leite humano? Aliás, o Brasil é referência mundial em doação de leite humano, tendo uma política de instrução e doação bem desenvolvida, sendo o direito à amamentação protegido por lei segundo o artigo 9º da Lei 8069 do Estatuto da Criança e Adolescente.

Agora, você de fato sabe quais são os benefícios que ele traz? Cito três vantagens que o leite humano oferece às crianças: reduz a mortalidade em menores de 5 anos em até 13%; contribui para que a criança não tenha diarreias, infecções respiratórias e alergias; e reduz o risco de que, na vida adulta, a pessoa desenvolva hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade. 

Via de regra, o leite humano é a primeira alimentação de um bebê, sendo uma fonte de nutrientes para as funções biológicas, a proteção imunológica e o desenvolvimento afetivo e psicológico. Por isso, é considerado o melhor alimento para os bebês: um mililitro é suficiente para nutrir um recém-nascido a cada refeição, mas claro que isto pode mudar de acordo com o peso prematuro. Isso significa que um litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia.  

 

Agora, e sobre a doação em si, como é? Quem pode doar? Na verdade, todas as mulheres que amamentam são possíveis doadoras de leite humano. Contudo, há uma ressalva: é preciso ser saudável e não fazer uso de medicamentos que possam interferir na alimentação.  

Para doar, deve-se lavar a mama somente com água e, depois, secá-la com uma toalha limpa. Este momento da coleta é muito importante para se evitar a contaminação e é preciso ter bastante cuidado. A recomendação que faço às doadoras é para que se atentem em cobrir os cabelos com um lenço ou, então, usar uma touca, por exemplo. Outro aspecto importante é a necessidade de o local de coleta do leite ser limpo e tranquilo. É primordial, eu diria! Após a coleta, o leite pode ficar no congelador da geladeira ou no freezer por até 10 dias e, ao ser descongelado, não pode ser congelado novamente. 

Neste período de 10 dias, o líquido deve ser levado a um banco de leite ou a um posto de coleta, de preferência em algum que seja perto da sua casa. Uma dica para localizá-lo é ligar para o Disque Saúde, no número 136. 

Todo leite doado é analisado, passa por um processo de pasteurização e é submetido a um rigoroso controle de qualidade. Apenas depois disso, ele é servido como alimento para uma criança. Vale destacar que as doações seguem em queda durante a pandemia. As causas derivam de diversos fatores decorrentes deste período como medo de ser infectado, hospitais lotados, ou até mesmo a preocupação e incentivo a ajuda dos doentes por COVID-19 diretamente, fazendo com que outras áreas da saúde acabem negligenciadas. 

Portanto, se você tem condições de ser uma doadora de leite materno, eu tenho uma proposta para você. Maio é o mês das mães, e qual é a primeira palavra que lhe vem à cabeça quando pensa na sua mãe? A maioria de vocês responderá amor. E doar leite materno é um dos mais belos atos de amor que existem. Então, que tal transformar o mês das mães e da doação de leite humano no mês do amor? Faça a sua doação! 

 

(*) Lilian Lang é médica formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e especializada em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da UFPR. Trabalha em consultório desde 1988, é cooperada da Unimed Curitiba e coordenadora médica da Auditoria de Contas da cooperativa desde 2014. Além disso, é auditora médica da Unimed Federação do Paraná desde 1997. 

Lilian Lang é médica cooperada da Unimed Curitiba e especializada em Ginecologia e Obstetrícia

Créditos: divulgação

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