Novo coronavírus: “mais casos vão surgir no país e isso já era esperado”, sinaliza médico infectologista Jaime Rocha

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A confirmação de um caso do novo coronavírus no BrasilAMP, nesta quarta-feira (26 de fevereiro), deve ser apenas o primeiro. A afirmação é do médico infectologia Jaime Rocha, vice-presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia. De acordo com ele, mais casos do novo coronavírus vão surgir no país e isto já era esperado. Os isolamentos que vêm sendo feitos mundialmente servem, principalmente, para dispersar os casos e facilitar o atendimento e as respostas das autoridades de saúde. Mas, em algum momento, o novo coronavírus chegaria ao Brasil. 

O caso confirmado é de um homem que passou cerca de duas semanas na Itália, onde há um grande número de registros da doença, inclusive com morte. A disseminação do novo coronavírus pela Europa não facilitou propriamente a chegada do mesmo ao Brasil, segundo o médico. “O fato de ter vindo através da Europa faz com que as pessoas acreditem que um voo direto é uma forma mais fácil da transmissão (do que a China, por exemplo). A verdade é que vírus respiratórios como este se concentram no planeta todo em maior ou menor velocidade. A diferença está na transmissibilidade deste vírus. Neste caso, há uma transmissibilidade muito grande”, indica. 

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A pessoa com o novo coronavírus pode contaminar de um a três indivíduos. “Ainda assim, há uma fácil disseminação por um período de incubação de até 14 dias, com uma média de cinco dias, e não se sabe claramente ainda o tempo de eliminação do vírus das pessoas”, conta Rocha. 

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O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que ainda é preciso verificar como o novo coronavírus vai se comportar em um ambiente tropical como o do Brasil, ao contrário dos países europeus e asiáticos, que, neste momento, estão no inverno. “A presença de vírus respiratórios, normalmente, se progride mais em um ambiente frio por causa do confinamento das pessoas. A proximidade facilita a disseminação do vírus. Em um ambiente tropical, a gente não conhece bem esse comportamento. No entanto, sabemos que na região mais tropical do Brasil, ao Norte, temos basicamente vírus respiratórios circulando o ano todo, mas não de forma epidêmica, como acontece no Sul, onde você tem um número de casos muito maior e um período quase sem a presença de casos”, revela Jaime Rocha.  

O médico afirma que, apesar da confirmação da doença, não é o momento para discutir mudanças de protocolos e normas estabelecidos no Brasil. “A confirmação do novo caso não muda tudo o que foi discutido até o momento. Os protocolos de diagnóstico continuam estabelecidos e não há tratamento claro para o vírus até o momento. O cenário atual no país segue de alerta e de diagnóstico a ser confirmado para casos suspeitos, lembrando que casos suspeitos são para febre e ter voltado de região de risco nos últimos 14 dias; febre e contato com caso confirmado; ou vários sintomas respiratórios e contato com caso confirmado. Nós devemos manter a vigilância e os diagnósticos corretos”, sinaliza. 

Rocha reforça que, neste momento, a população deve manter os cuidados com a higiene de mãos, com água e sabão e também o uso do álcool em gel, além dos cuidados sobre tossir e espirrar (na manga da camisa, por exemplo). Quem apresentar os sintomas conforme as indicações de casos suspeitos deve procurar assistência médica o mais rápido possível e se manter isolado até a confirmação do diagnóstico. 

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