Nova pesquisa revela: prevenção de demências por meio de atividades que promovam uma vida saudável

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2024-08-07 | 03:05h
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(Foto: Freepik)

Recentemente, durante a Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC) na Filadélfia, foi publicado o aguardado relatório da Comissão Permanente da Lancet sobre prevenção, intervenção e cuidados em demência.

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O documento apresenta atualizações importantes e novas evidências animadoras no campo da demência e destaca que, à medida que a população envelhece, o número de pessoas vivendo com demência continua a aumentar globalmente. Estima-se que em 2019 havia 57 milhões de pessoas com demência no mundo, com projeções indicando um aumento para 153 milhões até 2050. Este crescimento ressalta a necessidade urgente de identificar e implementar abordagens eficazes de prevenção.

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O relatório, com o título central “Relatório Lancet 2024 sobre Demência”, se ramifica em seis tópicos principais: Fatores de Risco Modificáveis, Prevenção, Intervenções Específicas, Cuidados pós-diagnóstico, Tratamentos e Desafios.

“Desde 2020 não tínhamos fatores de riscos modificáveis documentados. E agora, em 2024, mais dois novos fatores de riscos modificáveis para demências foram incluídos. Porque a Doença de Alzheimer e as outras demências têm causas multifatoriais e isso dificulta o tratamento de cura. Por isso, apesar de existir a predisposição genética, o maior peso de causa de demências na população é o estilo de vida inadequado e hábitos nocivos”, afirma a Dra. Thais Bento, professora do curso de Bacharelado em Gerontologia da Universidade de São Paulo (USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG), parceira científica do Método SUPERA – Ginástica para o Cérebro.

Uma das principais contribuições do relatório é a identificação de 14 fatores de risco modificáveis para demência, incluindo dois novos fatores: perda de visão e colesterol alto. O documento sugere que a modificação desses fatores pode potencialmente prevenir ou retardar quase metade dos casos de demência. A Comissão enfatiza a importância da prevenção, que envolve tanto mudanças políticas em nível nacional e internacional quanto intervenções individualizadas. As ações para diminuir o risco de demência devem começar cedo e continuar ao longo da vida. “O relatório recomenda uma abordagem ambiciosa à prevenção, priorizando a equidade e garantindo a inclusão de grupos de alto risco”, diz a especialista.

Thais conta ainda que o documento também apresenta intervenções específicas para cada um dos 14 fatores de risco, incluindo garantir educação de qualidade, tornar aparelhos auditivos acessíveis, tratar a depressão efetivamente, incentivar o uso de proteção para a cabeça em esportes de contato, encorajar o exercício, reduzir o tabagismo, controlar a pressão arterial e o colesterol, manter um peso saudável, reduzir o consumo excessivo de álcool, priorizar ambientes comunitários amigáveis aos idosos, tornar o tratamento para perda de visão acessível e reduzir a exposição à poluição do ar.

“Em relação aos cuidados pós-diagnóstico, o relatório destaca a importância de intervenções que ajudem as pessoas a viverem bem com demência, incluindo o planejamento para o futuro. Intervenções de enfrentamento multicomponentes para cuidadores familiares e o manejo de sintomas neuropsiquiátricos são considerados cruciais”, afirma.

Thais ressalta que no campo dos tratamentos, menciona-se o progresso e a esperança em relação a tratamentos modificadores para a doença de Alzheimer, com alguns ensaios de anticorpos direcionados à proteína beta-amiloide, mostrando eficácia modesta na redução da deterioração após 18 meses de tratamento. “No entanto, o relatório também adverte sobre os efeitos colaterais e as implicações de recursos desses tratamentos e aborda os desafios atuais, incluindo a necessidade de proteger a saúde física das pessoas com demência, especialmente em situações de internação hospitalar. Além disso, destaca a vulnerabilidade das pessoas com demência expostas pela pandemia de COVID-19, enfatizando a necessidade de aprender com essa experiência para melhor proteger essa população vulnerável no futuro.”

*Informações Assessoria de Imprensa

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Cunho
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