Nova classificação da obesidade muda diagnóstico e tratamento da doença

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(Foto: freepic.diller/Freepik)

A obesidade acaba de ganhar uma nova definição médica que pode mudar a forma como a condição é diagnosticada e tratada. Segundo as novas diretrizes internacionais, a obesidade não é mais caracterizada apenas pelo excesso de peso, mas como uma doença crônica e sistêmica, que pode ser considerada clínica quando afeta o funcionamento de órgãos e tecidos.

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De acordo com o médico do esporte, nutrólogo e especialista em emagrecimento Thiago Viana, essa mudança representa um grande avanço na compreensão da obesidade. “Antes, o diagnóstico era feito basicamente pelo Índice de Massa Corporal (IMC), mas esse método tem limitações, pois não distingue massa muscular de gordura e não avalia a distribuição da gordura no corpo. Agora, além do IMC, serão considerados fatores como circunferência abdominal, presença de gordura visceral e impacto na saúde metabólica”, explica.

A nova classificação divide a obesidade em dois estágios: a obesidade clínica, quando o excesso de gordura causa disfunções no corpo, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 ou problemas respiratórios; e a pré-obesidade ou obesidade pré-clínica, quando há acúmulo de gordura, mas sem impacto imediato nos órgãos. Esse estágio tem maior potencial de reversão com mudanças no estilo de vida.

“Um paciente pode ter um IMC elevado mas estar em um estágio de pré-obesidade e não necessariamente doente se não apresentar complicações. Por outro lado, uma pessoa com circunferência abdominal elevada e problemas metabólicos já entraria no grupo da obesidade clínica, mesmo que tenha um IMC dentro da faixa normal”, esclarece Thiago.

Como a mudança afeta o tratamento?

Com esse novo entendimento, o tratamento da obesidade se torna mais personalizado e eficaz. “Agora, o foco não será apenas na perda de peso, mas na preservação da função metabólica e na prevenção de complicações. Pacientes com pré-obesidade podem reverter o quadro com mudanças no estilo de vida, enquanto aqueles com obesidade clínica podem precisar de medicamentos ou cirurgia”, aponta o especialista.

Entre os principais benefícios da nova abordagem destacam-se diagnósticos mais precisos, evitando rótulos equivocados; menos estigma, já que a obesidade passa a ser reconhecida como uma condição médica e não apenas um problema comportamental; adoção de tratamentos mais eficientes, que levam em conta fatores individuais e não apenas o peso na balança.

A obesidade está associada a uma série de doenças e complicações, incluindo problemas cardiovasculares, como hipertensão, infarto e AVC; diabetes tipo 2 e resistência à insulina; apneia do sono e dificuldades respiratórias; problemas articulares, como artrose e dores crônicas; câncer, especialmente de mama, próstata e cólon, além de impactos psicológicos, como ansiedade e depressão.

O médico destaca que uma rotina com hábitos saudáveis é fundamental no controle da doença. “Pequenas mudanças no dia a dia, como trocar bebidas açucaradas por água e caminhar 30 minutos diariamente podem fazer diferença na prevenção da obesidade e impactos na saúde”, conclui Viana.

*Informações Assessoria de Imprensa