Mais de 45 mil brasileiros morrem por ano devido a infecções hospitalares

infecção hospitalar
(Foto: Freepik)

Há quatro anos, a lavagem correta das mãos tornou-se um hábito mundial, com o intuito da não propagação da Covid-19. No entanto, o que poucas pessoas sabem é que essa simples medida foi aplicada há mais de 170 anos pelo médico húngaro Ignaz Semmelweis, que a adotou como obrigatória para médicos e enfermeiros que visitavam o seu hospital, quando foi registrada uma importante redução nas taxas de mortalidade dos pacientes.

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Como forma de conscientização sobre os perigos da infecção hospitalar, em 15 de maio é celebrado o Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares. Instituída pela Lei n.º 11.723, de 23 de junho de 2008, a data foi incorporada ao Calendário da Saúde e tem o objetivo de sensibilizar autoridades, gestores e profissionais dos serviços de saúde, além da população, sobre a importância do controle das infecções.

Dados da Associação Médica Brasileira indicam que mais de 45 mil brasileiros morrem anualmente devido a infecções hospitalares. Segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em 2022, de cada 100 pacientes em hospitais para cuidados intensivos, sete pacientes em países de alta renda e 15 pacientes em países de baixa e média renda irão adquirir ao menos uma infecção associada à atenção à saúde durante sua internação hospitalar.

“Em média, um em cada dez pacientes afetados morrerá por esse motivo. A questão merece atenção e precisa ser alvo de novas ações e iniciativas com foco na saúde pública”, destaca o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal. O especialista lembra que, em 2019, estimava-se que a taxa de infecções hospitalares atingia 14% das internações no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde.

Principais tipos

Os tipos mais comuns de infecções são as da corrente sanguínea associada a catéter venoso central, pneumonia associada à ventilação mecânica, infecção do trato urinário associada a catéter vesical, e infecção de sítio cirúrgico.

Mais de 170 anos depois, a forma mais efetiva de evitar a transmissão de infecções em ambiente hospitalar continua sendo a correta higienização das mãos, seja por meio de água e sabão ou por meio do uso do álcool 70%. Aliás, essa recomendação vale para os profissionais de saúde, pacientes e visitantes.

De acordo com o presidente da Anadem, é importante que a equipe médica (médicos, enfermeiros e auxiliares) adote um plano terapêutico otimizado e orientado para garantir a brevidade do período de internação na medida do que for possível, somada à indicação e à manutenção criteriosa da utilização de procedimentos invasivos, como sondas, drenos, cateteres, entre outros.

Outra medida é o uso de equipamentos de proteção, como aventais, toucas, máscaras, luvas e óculos de proteção. Estas ações diminuem o risco de contaminação, assim como utilizar materiais descartáveis, esterilizar equipamentos, desenvolver medidas de higiene para o hospital, acompanhar e avaliar práticas para o controle da infecção hospitalar.

Faça sua parte

Além dos médicos e dos enfermeiros, acompanhantes e visitantes podem contribuir para o efetivo combate às infecções hospitalares, adotando simples cuidados:

  • Caso esteja doente, não visitar o paciente;
  • Não circular com alimentos no hospital e não levá-los para o paciente;
  • Não sentar no leito do paciente;
  • Não levar flores para o quarto;
  • Evitar levar crianças ao ambiente hospitalar;
  • Evitar o excesso de visitantes e acompanhantes;
  • Não manter contato com outros pacientes.

Ao chegar ao hospital, o visitante já deve higienizar as mãos, antes e após tocar o paciente, assim como superfícies próximas, e ao ir embora. Para que a higienização seja efetiva, deve-se retirar anéis, pulseiras e relógios para facilitar o contato da água e do sabão ou do álcool com a superfície da pele.

O procedimento correto também é simples. No caso da lavagem com água e sabão (de preferência líquido), as mãos devem ser umedecidas antes de colocá-lo. Em seguida, esfregam-se bem o dorso, a palma, os dedos e o “vão” dos dedos.

Também é preciso se atentar às unhas, especialmente embaixo delas. Os dedos devem estar virados para cima, na direção da água. Outro ponto importante: não use toalha de pano para secar as mãos, mas sim de papel, que servirão também para fechar a torneira.

*Informações Assessoria de Imprensa