Um estudo publicado, no último mês, na revista científica The Lancet Neurology, revela um dado alarmante: 15% dos casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) no mundo ocorrem em jovens adultos (idade entre 18 e 45 anos). No Brasil, a Rede Brasil AVC aponta que 18% desses casos afetam essa faixa etária.
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No país, 39.345 brasileiros perderam a vida devido ao AVC entre janeiro e agosto de 2024, uma média de seis óbitos por hora, de acordo com o Portal de Transparência do Registro Civil (ARPEN Brasil). Globalmente, o número de casos de AVC aumentou 70% entre 1990 e 2021, segundo outra pesquisa, também publicada The Lancet Neurology, com um aumento de 44% nas mortes por AVC e 32% no agravamento de condições relacionadas à doença. No total, foram 11,9 milhões de novos casos.
O estudo “Global Burden of Ischemic Stroke in Young Adults in 204 Countries and Territories” destaca a contribuição crescente de fatores ambientais, como o aumento da temperatura e a poluição do ar, no avanço da doença. As temperaturas elevadas, por exemplo, têm relação direta com o aumento da viscosidade do sangue e o consequente risco de coágulos, enquanto a poluição do ar, especialmente por partículas finas, está associada a inflamações nos vasos sanguíneos, agravando o risco de AVC hemorrágico.
“As mudanças climáticas impactam diretamente a saúde pública, exacerbando condições já alarmantes. O calor extremo eleva a pressão arterial, e a poluição causa estresse oxidativo, ambos contribuindo para o aumento dos casos de AVC, especialmente entre jovens e grupos vulneráveis”, afirma Sheila Ouriques Martins, presidente da Rede Brasil AVC e da World Stroke Organization (WSO).
Em outro trabalho, realizado pela WSO, foi estimado que em 2050 a doença será responsável por 9,7 milhões de mortes ao ano. Um alerta dado pelos autores é que o maior número de casos virá de países com renda média e baixa.
Segundo Sheila, o cenário é preocupante e reforça a necessidade de medidas preventivas e uma conscientização mais ampla sobre os riscos da doença. “Com o aumento da incidência de AVC, especialmente em jovens, a capacidade dos sistemas de saúde para lidar com essas emergências fica comprometida. É fundamental que os governos e organizações de saúde ajam de forma coordenada para mitigar esse impacto”, ressalta.
*Informações Assessoria de Imprensa