Instituição paranaense conduz estudo sobre efeitos da cloroquina e da hidroxicloroquina

    O Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências Médicas e Terapia Intensiva (CEPETI), de Curitiba (PR), está com um estudo em andamento para avaliar os efeitos da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes graves com Covid-19, a infecção causada pelo novo coronavírus. O “ensaio clínico pragmático controlado randomizado multicêntrico” tem autorização do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e é realizado com pacientes internados em hospitais da capital paranaense: Hospital do Trabalhador, Santa Casa, Hospital de Reabilitação, Hospital das Nações, Instituto de Neurologia de Curitiba e Hospital Vita Batel.

    Até o dia 30 de abril, 23 pacientes internados em UTIs haviam concedido autorização ou as famílias permitiram a administração do medicamento e o acompanhamento durante o ensaio clínico. Todos os pacientes participam de um sorteio para ou tomar a droga ou participar do grupo de controle. 

    O médico coordenador da pesquisa, Álvaro Rea Neto, diretor do CEPETI e professor adjunto da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que o ensaio clínico segue a metodologia e o protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para testes de medicamentos relacionados à Covid-19. Os pacientes que integram do estudo serão acompanhados por 15 dias, pelo menos. A expectativa é avaliar de 80 a 100 pacientes em um período de 40 dias. As análises devem acontecer até o início de junho.

    Leia também – Instituto de Pesquisa Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR), integra projeto mundial sobre coronavírus

    Leia também – Estudo mostra que novo coronavírus consegue infectar neurônios humanos

    Segundo o médico, até o momento, sabe-se que tanto a cloroquina quanto a hidroxicloroquina têm um potencial de cardiotoxicidade e de causar arritimias no coração. “Nós ainda não sabemos se administração desta droga causa mais benefícios ou riscos. O que se aprendeu com estudo recente, feito em Manaus, é que uma dose alta causa mais riscos aos pacientes do que benefícios. E esse dose alta está proscrita. O que buscamos saber é se uma dose mais baixa é melhor para o controle. Só o médico, só o pesquisador, dentro de um ensaio clínico, está autorizado a receitar esta droga, avaliando dia a dia a evolução clínica destes doentes”, salientou Rea Neto em entrevista à Rádio CBN Curitiba. 

    De acordo com ele, até o momento, existe um bom tratamento em UTI para os pacientes graves com Covid-19, o que tem salvado muitas vidas. “A introdução de uma droga que possa diminuir a replicação viral, que possa melhorar ainda mais a evolução clínica desses pacientes, é o que se tem procurado, tanto com as drogas antivirais quanto com a cloroquina ou a hidroxicloroquina. E essa resposta ainda não se tem”, afirmou.

    Leia também – Números do novo coronavírus no Brasil e no Paraná

    * Com informações da Rádio CBN Curitiba