No dia 19 de março é celebrado o Dia Mundial do Sono, oportunidade de dar atenção à prevenção e gerenciamento dos distúrbios do sono. Cerca de 45% da população mundial têm algum problema para dormir, de acordo com a Sociedade Mundial do Sono, organizadora do evento anual. E são vários motivos por trás disto. A insônia pode ter estar relacionada a problemas respiratórios, por exemplo.
“Acordar com sono, ter fadiga durante o dia ou mau humor são alguns dos sintomas mais perceptíveis dos malefícios de distúrbios do sono. O corpo que não faz essa merecida pausa está mais propenso a desenvolver problemas cardíacos (aumento de 16% devido à liberação de cortisol, hormônio que age no controle da pressão arterial) e a sonolência excessiva diurna é uma das principais causas de acidentes laborais ou de trânsito” alerta Bruno Duarte, otorrinolaringologista e coordenador do Departamento da Medicina do Sono da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial).
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De acordo com o último levantamento do Episono, que realizou um dos maiores estudos em sono do mundo, 33% da população paulistana têm apneia obstrutiva do sono. Até então, era sabido internacionalmente que ela atingia apenas de 2% a 4% da população.
“É preciso aumentar a consciência de que o sono é um privilégio que pode estar comprometido e que os distúrbios associados a ele podem surgir em qualquer idade. O ronco e apneia do sono são as doenças mais prevalentes na população e são apenas alguns exemplos de doenças que merecem a atenção e avaliação de um médico otorrinolaringologista, uma das principais especialidades envolvidas com a medicina do sono” esclarece Bruno Duarte.
De acordo com o especialista, o ronco e apneia do sono podem ser causados por fatores anatômicos (aumento de amígdalas e/ou adenoide) ou por relaxamento excessivo da musculatura da faringe. O diagnóstico dessas doenças, feito pelo médico otorrinolaringologista, pode ser confirmado pelo exame de polissonografia e o tratamento depende de uma avaliação do nariz e garganta.
“O sono é fundamental para o desempenho neurológico e físico e pode afetar negativamente a saúde emocional em apenas alguns dias. Além de problemas conjugais e de constrangimento social causado pelo ronco intenso, por exemplo, os distúrbios do sono podem propiciar piora da atividade sexual e da qualidade de vida, além de problemas profissionais, com a irritabilidade e queda de produtividade” informa Bruno Duarte.
Incentive a rotina do sono, com horários definidos para dormir e acordar todos os dias. O tempo de sono ideal depende de vários fatores, desde a faixa etária até a genética individual. Quando se trata de um adulto jovem, eles podem ser dormidores longos (necessidade de mais de 12 horas de sono diária) ou dormidores curtos (necessidade de até 4 horas de sono por noite). Além disso, as pessoas podem ter características diurnas (ter sono cedo e acordar muito cedo) ou noturnas (adormecer tarde e acordar tarde).
Quando se trata de faixa etária, de acordo com a National Sleep Foundation, o tempo de sono ideal para recém-nascido (0-3 meses) é de 14 a 17 horas, de bebê (4-11 meses) é de 12 a 15 horas, de criança pequena (1-2 anos) é de 11 a 14 horas, de criança na pré-escola (3-5 anos) é de 10 a 13 horas, na idade escolar (6-13 anos) é de 9 a 11 horas, de adolescentes (14-17 anos) é de 8 a 10 horas, de adultos de 26 a 64 anos é de 7 a 9 horas diárias. A partir de 65 anos, o tempo é de 7 a 8 horas diárias.
Caso o indivíduo acorde cansado, com sensação de noite não reparadora, ou sinta que não dormiu o número de horas que deveria dormir para um bom desempenho cotidiano, é fundamental procurar um profissional especializado. As doenças do sono podem causar múltiplos malefícios, mas todos eles têm tratamento. O médico otorrinolaringologista é um profissional habilitado para realizar este atendimento.
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