Setembro é o mês de conscientização acerca do câncer Infantojuvenil e tem por objetivo chamar a atenção de pais, cuidadores, educadores e profissionais de saúde para ficarem atentos aos sintomas do câncer nessa faixa etária. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o número esperado de novos casos para cada ano do triênio 2020-2022 é de 8.460, sendo 4.310 no sexo masculino e 4.150 no sexo feminino.
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Principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, o câncer, nesta população, costuma evoluir rapidamente e tem causas genéticas, isto é, não se desenvolve a partir de fatores associados a doenças crônicas, como obesidade, diabetes, hipertensão e tabagismo, ao contrário do que acontece com os adultos. Associado a isso, os mais novos tendem a ser fisicamente mais ativos, o que pode contribuir para que queixas corriqueiras acabem passando despercebidas.
Vômitos e dor de cabeça, manchas roxas pelo corpo, palidez repentina, dores nos ossos, alteração nos olhos (como inchaço e pupila branca) estão entre os sinais mais observados. Quanto aos tipos de tumores mais comuns nessa faixa etária, segundo a American Cancer Society, o diagnóstico de leucemia ocupa o topo da lista, com 28% dos casos, seguido pelos tumores cerebrais e do sistema nervoso central (SNC), com 26%, e os linfomas (8%), em terceiro lugar.
Flávia Delgado Martins, oncologista pediátrica e membro da diretoria da SOBOPE alerta. “Aqueles que convivem com as crianças ou adolescentes, como os pais ou educadores, podem de forma não intencional minimizar queixas de dor, cansaço e alterações visuais, por exemplo, ou não notar sinais, como distúrbios de marcha, perda de peso e manchas roxas pelo corpo, afinal, crianças caem e adolescentes praticam esportes”, pontua.
Por isso, de acordo com a oncologista, é tão importante que as pessoas envolvidas com os cuidados desenvolvam uma escuta ativa. “Os familiares devem estar atentos a qualquer alteração e devem abrir espaço diariamente para que as crianças e adolescentes exponham suas queixas. As queixas precisam ser valorizadas, ainda que os cuidadores escolham, em um primeiro momento, por acompanhá-las domiciliarmente”, ressalta Flávia.
Ao perceber que é necessário investigar um incômodo, a família deve se sentir à vontade para explicar ao médico a situação com riqueza de detalhes, para que todo o contexto seja levado em consideração na consulta. “Ao médico, cabe o papel de dar importância para todo o quadro relatado e também para informações relacionadas a dificuldades de conseguir atendimento, por exemplo. Tudo isso contribui para que o médico julgue com maior sensatez a queixa principal e dê valor às reclamações de quem está se queixando”, finaliza.
É importante destacar que 8 entre 10 crianças e adolescentes diagnosticados com câncer podem ser curados, se a doença for descoberta precocemente e tratada em centros especializados. “Diante disso, é fundamental não ignorar os sinais iniciais do câncer, dar atenção às queixas, principalmente as recorrentes, ter acompanhamento médico regular e levá-los para consulta com o pediatra caso surja alguma anormalidade”, finaliza Flávia Delgado Martins, oncologista pediátrica e membro da diretoria da SOBOPE.
*Informações Assessoria de Imprensa