Impacto do estilo de vida na prevenção do câncer

impacto do estilo de vida na prevenção do câncer
(Foto: Divulgação)

É preciso pensar e considerar o impacto do estilo de vida na prevenção do câncer. Considerando todos os tipos de câncer, 4 entre 10 casos são evitáveis, ou seja, deixam de existir quando se adota um estilo de vida saudável que privilegia, por exemplo, não fumar, não consumir bebidas alcoólicas, adotar uma dieta equilibrada e praticar atividade física.

No passado, pacientes em tratamento oncológico eram orientados a se manterem em repouso e a reduzirem as atividades físicas. Mas nos últimos 20 anos, especialistas do mundo todo dedicam tempo e muito estudo para afirmar que sim, o exercício físico auxilia na prevenção da doença.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a atividade física promove o equilíbrio dos níveis de hormônios, reduz o tempo de trânsito gastrointestinal, fortalece as defesas do corpo e ajuda a manter o peso corporal adequado. Com isso, podemos afirmar que um estilo saudável de vida contribui sim para prevenir alguns tipos de câncer como, por exemplo: o câncer de intestino grosso (cólon), endométrio (corpo do útero) e mama.

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O impacto do estilo de vida na prevenção do câncer passa pela atividade física, que, inserida em um contexto de adoção de estilo de vida saudável, aumenta as taxas de cura e a sobrevida relacionada a doença. “O que evidencia que ser ativo não só é seguro e possível durante o tratamento, como pode melhorar o desempenho físico e a qualidade de vida do paciente. Um dos grandes benefícios do exercício durante o tratamento oncológico é uma significativa redução de efeitos colaterais. E não apenas para o corpo. O exercício ajuda também a mente”, afirma Héber Salvador, cirurgião oncológico e presidente da SBCO – Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica.

Levando informações para as academias

Pensando justamente em divulgar esse conhecimento, a SBCO e a rede de academias Companhia Athletica se unem em uma campanha nacional de conscientização sobre a importância da prevenção no combate ao câncer e para a melhora qualidade de vida e não apenas dos pacientes em tratamento.

Além de abordar o impacto do estilo de vida na prevenção do câncer e, consequentemente, a importância da atividade física neste contexto, a proposta é desmistificar o tema junto aos pacientes diagnosticados com câncer, reforçando que eles, durante o tratamento, podem ser saudáveis e ativos. “Através destas ações unimos forças para reforçar a importância do exercício, algo que pode impactar positivamente na vida das pessoas. Quanto antes ocorrer a aderência a uma vida saudável maiores serão os benefícios para o indivíduo”, enfatiza Richard Bilton, presidente da Cia Athletica.

A ideia desta fusão é justamente mostrar à grande população a importância de ter o exercício físico como um aliado na prevenção e no tratamento do câncer. Uma ideia simples para fortalecer a premissa básica de que as atividades físicas ajudam a afastar o problema e também sobreviver a ele. “É também responsabilidade da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e seus profissionais, sempre que possível, criar situações em que assuntos importantes estejam em evidência. Desta maneira mais pessoas serão impactadas e podem refletir em qualidade de vida e em como criar uma rotina saudável. Cada vez mais dados mostram que o número de problemas de saúde vem aumentando devido ao estilo de vida das pessoas. Queremos impactar e contribuir para a melhora destes hábitos incentivando a prática de exercício físico, exames de prevenção e a melhora no tipo de alimentação”, ressalta Héber Salvador.

Estudos sobre a importância da atividade física

Estudos mostram uma importante redução na mortalidade e na recidiva de câncer em pessoas fisicamente ativas. Uma revisão publicada em março de 2022 pela American Cancer Society – https://acsjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.3322/caac.21719 – aponta que a atividade física de alta intensidade, quando comparada com a de baixa intensidade, reduz em 14% e 18% o risco de mortalidade por câncer de mama e mortalidade por todas as causas, respectivamente. “O trabalho mostra que a atividade física reduziu o risco de mortalidade por todas as causas, independentemente do IMC. Vale ressaltar que toda atividade física é benéfica, incluindo a recreativa, por exemplo, caminhada e corrida, etc, tanto para redução de mortalidade, quanto para redução do risco de recidiva (volta da doença), aponta Héber Salvador.

No pré-tratamento, por exemplo, que abrange do diagnóstico até o início do tratamento, o ideal é buscar no exercício o preparo do corpo para todo o processo que virá. Já o tratamento em si, o foco é atenuar os sintomas e possíveis efeitos colaterais. A atividade física é essencial também no pós-tratamento, quando o paciente recebe alta médica e começa o acompanhamento de pelo menos cinco anos, até se declarar a ausência de uma reincidência da doença.

“Os benefícios que os treinos trazem são indiscutíveis. Vemos pacientes com uma melhor recuperação pós-cirúrgica quando estes têm exercícios em sua rotina e isso será fundamental em todo o processo. Mas lembre-se, de conversar e criar a melhor rotina com o/a profissional que lhe acompanha. Só ele e a equipe multidisciplinar poderão definir a melhor rotina em cada caso. Essa parceria com a Cia Athletica vem justamente para mostrar a sociedade em grande escala que ter uma vida saudável faz parte da prevenção”, explica o idealizador do projeto, Bruno Braga Azevedo – CRM/PR 20472 / RQE 1012 – cirurgião oncológico e membro da SBCO.

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Bruno Azevedo (Foto: Divulgação)

* Com informações da assessoria de imprensa

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