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O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social lança a 4ª edição do relatório “Perspectivas para a Filantropia no Brasil 2025”. O evento, que ocorrerá no dia 24 de fevereiro, apresenta um panorama da filantropia no país, com foco em seu papel fundamental como espaço de resistência, inovação e, acima de tudo, esperança em ação, especialmente em tempos desafiadores.
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A publicação deste ano aborda seis eixos temáticos cruciais para o futuro da filantropia no Brasil:
A filantropia na cadeia da emergência
O Brasil tem enfrentado um aumento alarmante na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos. Enchentes no Sul, incêndios no Pantanal e seca em Manaus são apenas alguns exemplos que marcaram 2024, evidenciando a urgência de ações coordenadas e eficazes para lidar com essa nova realidade.
A filantropia desponta como um ator fundamental nesse cenário, complementando as ações do poder público e impulsionando soluções inovadoras. Com agilidade e flexibilidade, organizações e indivíduos filantropos podem atuar em diferentes frentes, desde o alívio imediato às vítimas até a reconstrução de áreas afetadas e a prevenção de futuros desastres.
Saúde mental: cuidar de si para cuidar do outro
O Brasil ocupa a quarta pior posição no ranking mundial de saúde mental, segundo revela a edição mais recente do The Mental State of the World. Globalmente, quase um bilhão de pessoas vivem com algum transtorno mental.
A crise não é isolada e diversos aspectos contribuem para esse cenário. O aumento dos transtornos psíquicos tem raízes nas mudanças estruturais pelas quais o mundo tem passado e afeta todas as dimensões da sociedade. É essencial investir na promoção da saúde mental e no fortalecimento de ambientes profissionais saudáveis entre as diversas formas de trabalho, inclusive dentro das OSCs. Criar espaços de acolhimento e cuidado permite que mais pessoas participem de forma plena, empática e produtiva na construção de soluções coletivas. Sem esse olhar atento, qualquer tentativa de mudança social se fragiliza, pois dependerá de uma base que, por sua própria condição, não consegue se estruturar e atuar com consistência.
Desenvolvimento institucional como propulsor impactos perenes
Toda organização, independentemente de sua natureza, para oferecer um serviço ou fabricar um produto, demanda uma estrutura mínima de gestão, que pode incluir processos administrativo-financeiros, recursos humanos ou estruturas de tecnologia. É possível generalizar e dizer que quanto maior a organização, mais necessárias e complexas são essas demandas, regra que vale tanto para empresas quanto para Organizações da Sociedade Civil (OSCs).
Match estratégico: OSCs integram voluntários à governança
O papel do voluntariado tem se expandido de forma significativa. Se antes era majoritariamente voltado a ações pontuais e assistencialistas, hoje as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) oferecem novas formas de acolhê-los. Ao mesmo tempo, empresas que oferecem programas de voluntariado e indivíduos que buscam se envolver consideram formas mais estratégicas e estruturadas de engajamento, visando impactos positivos e sustentáveis no longo prazo. A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, realizada pelo IDIS e pelo Instituto Datafolha, já apontava um crescimento dessa tendência: a realização de serviços qualificados de modo voluntário, em uma década, passou de 3% para 10%.
Filantropia como trincheira de resistência para a Diversidade & Inclusão
No Brasil, não é possível almejar a redução das desigualdades socioambientais e um ambiente democrático saudável sem considerar a equidade entre as pessoas. Na última década, presenciamos um avanço considerável na agenda de diversidade e inclusão (D&I), mas que agora é ameaçada de perder tração globalmente. O ano de 2024 foi marcado por grandes empresas anunciando cortes drásticos de investimento em programas relacionados ao tema. O contexto político e institucional dos Estados Unidos parece ter influenciado essa tendência, sinalizando que a janela de oportunidade aberta pela pandemia e movimentos como o Black Lives Matter – que trouxeram à tona os desafios estruturais enfrentados por grupos minoritários ou sub-representados – está se fechando.
Investimento social privado é para todos, inclusive pequenas e médias empresas!
As Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) desempenham um papel central na geração de empregos e no fortalecimento da economia. Segundo o Sebrae, essas empresas são responsáveis por mais de 55% dos empregos formais no setor privado e respondem por cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB). Quando se consideram apenas as micro e pequenas empresas, elas representam aproximadamente 90% de todos os negócios em funcionamento no país. Esses números evidenciam a importância desse segmento tanto para a produção econômica quanto para a geração de impacto socioambiental no Brasil.
“Em 2025, queremos que a esperança seja um verbo! O ‘Perspectivas para a Filantropia no Brasil’ nos mostra que a mudança é possível que a filantropia, especialmente em tempos desafiadores, é essencial para construirmos o futuro que queremos. Convidamos empresas, filantropos e organizações da sociedade civil a se juntarem a nós nesta jornada por uma sociedade mais justa e sustentável”, afirma Paula Fabiani, CEO do IDIS.
*Informações Assessoria de Imprensa