
A recente sinalização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a criação de um plano de saúde popular com mensalidade de até R$ 100 reacendeu um debate antigo e sensível no setor: como ampliar o acesso à saúde suplementar sem comprometer a sustentabilidade do sistema?
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A proposta pretende alcançar a parcela da população que não se enquadra no SUS com a agilidade necessária, mas também não consegue pagar pelos planos privados tradicionais.
De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Brasil ultrapassou recentemente a marca de 51 milhões de beneficiários em planos de saúde, número recorde, mas que ainda deixa de fora uma fatia considerável da população, especialmente em tempos de inflação médica crescente e judicialização no setor.
Leandro Giroldo, CEO da Lemmo Corretora e fundador do projeto Pra Cima Corretor, vê a movimentação com cautela, mas ressalta a importância do debate. “Qualquer proposta que envolva acesso à saúde precisa ser tratada com responsabilidade técnica. Pois preço baixo sem um modelo de entrega sustentável pode gerar frustração para o consumidor e prejuízo para o sistema”, comenta.
Especialistas do setor apontam que um plano com ticket médio tão reduzido exigiria redesenho de coberturas, coparticipações e parcerias estratégicas com redes assistenciais menores ou regionais, o que, embora possível, traz desafios operacionais relevantes.
Para os corretores de seguros e saúde, a possível criação de um plano popular representa tanto oportunidade quanto alerta. É preciso entender os contornos da proposta para orientar o público com clareza e responsabilidade.
O governo ainda não oficializou detalhes sobre operadoras envolvidas, tipo de cobertura, faixa etária-alvo ou previsão de lançamento, mas o simples fato da discussão estar em pauta já coloca o mercado em estado de atenção.
*Informações Assessoria de Imprensa