Funciona o toque de recolher no controle da pandemia de Covid-19?

    O Paraná determinou toque de recolher a partir desta quarta-feira (2 de dezembro), por um período de 15 dias, como tentativa de frear o crescimento no número de casos de Covid-19 no estado, nas últimas semanas, já causando reflexos no sistema de saúde, tanto público quanto participar. O toque de recolher será aplicado no período de 23h às 5h do dia seguinte.

    Mas funciona o toque de recolher no controle da pandemia de Covid-19? Especialistas afirmam que a medida pode ser eficaz, desde que acompanhada de outras ações.

    O médico infectologista Celso Granato, conta que locais que propiciam aglomerações, como bares e restaurantes, devem ser observados e, por isso, o toque de recolher pode diminuir os casos, mas temporariamente, por diminuir essa movimentação no período da noite. “Temporariamente, o toque de recolher pode diminuir os casos. Se as pessoas têm contato mínimo, não há como transmitir. Mas não adianta fazer um fechamento rigoroso e depois voltar tudo ao normal”, explica Granato em entrevista ao Estadão. Ele ainda comenta que os resultados de um possível toque de recolher no número de casos e óbitos apareceriam depois de duas semanas.

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    Domingos Alves, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, avalia que o toque de recolher pode impactar positivamente na tentativa de frear o avanço na pandemia, revertendo a curva de casos e mortes. No entanto, ele defende que a medida deve estar acompanhada de outras ações, como testagem, o rastreamento e o isolamento. “Em Curitiba, uma moça foi para uma balada, pegou o vírus e transmitiu para 18 pessoas, duas já foram a óbito”, diz ele, lembrando um caso ocorrido na capital paranaense, também durante entrevista ao Estadão. “Se uma testagem identificasse essa menina e ela ficasse isolada, a rede de contato dela seria interrompida”, diz Alves.

    O professor opina que a testagem em massa seria um instrumento mais eficaz do que a restrição de atividades econômicas.

    * Com informações do Estadão e do Bem Paraná

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