Estudo indica por que há reinfecção pelo coronavírus

Um estudo internacional mostrou por que há reinfecção pelo coronavírus, gerando novos casos de Covid-19 em pessoas que já tiveram a doença. A pesquisa, que contou com a participação de uma equipe da Universidade de São Paulo (USP), indicou que a variante Gamma, identificada primeiramente no Brasil e também conhecida por P.1, é capaz de escapar dos anticorpos neutralizantes que são gerados pelo sistema imunológico a partir de uma infecção anterior com outras variantes do coronavírus.

O trabalho foi publicado no mês de julho na revista The Lancet.

Entretanto, os pesquisadores fizeram uma ressalva: esses resultados foram obtidos em laboratório. Além disso, o estudo não inclui outros tipos de resposta imune do organismo, como imunidade celular.

Leia também – Imunidade celular é essencial para evitar reinfecção pelo novo coronavírus, sugere estudo

Leia também – Como estão as pesquisas para saber se as vacinas são eficazes contra a Variante Delta?

Foram analisadas amostras do plasma de pacientes que tiveram a doença, e também de pessoas imunizadas pela vacina CoronaVac. “A pesquisa mostra que pessoas que foram vacinadas ainda estão suscetíveis à infecção. Se você tomou a vacina continue usando máscara, continue com distanciamento social, continue usando as medidas de higiene para evitar a transmissão para outras pessoas”, aconselha o pesquisador William Marciel de Souza, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, primeiro autor do artigo.

Souza lembra que os estudos clínicos mostram a eficiência da CoronaVac contra formas graves da doença, reduzindo internações e mortes. “A vacina não é contra infecção, infecção pode acontecer a qualquer momento, com qualquer vacina. O objetivo da vacina é contra a doença, a forma grave, da pessoa morrer, ter sequelas graves”, comenta.

O pesquisador citou outro estudo que analisou casos de Covid-19 em idosos moradores de um convento e uma casa de repouso. Ele aponta que, embora os locais fossem pouco movimentados, o vírus entrou nessas moradias e infectou as pessoas com mais 70 anos que estavam vacinadas. “Mesmo com idade bem avançada quase todos foram assintomáticos ou com sintomas leves, não precisaram de hospitalização. Isso mostra a importância das vacinas”, destaca.

* Com informações da Agência Brasil

Leia também – Reduzir o intervalo de aplicação da segunda dose da vacina pode ser uma boa estratégia?

Leia também – Descontrole da pandemia pode criar um “boom” de variantes do coronavírus