ESET alerta para vídeos médicos falsos no TikTok

schedule
2025-04-22 | 13:00h
update
2025-04-22 | 13:39h
person
Saúde Debate
domain
Saúde Debate
(Foto: Reprodução)

A popularização de ferramentas de Inteligência Artificial Generativa trouxe diversos benefícios à sociedade, mas também abriu espaço para golpes e campanhas de desinformação nas redes sociais. A ESET, empresa líder em detecção proativa de ameaças, identificou uma campanha que utiliza vídeos com avatares criados por IA para simular médicos e especialistas da área da saúde, divulgando informações duvidosas e promovendo produtos sem comprovação científica, inclusive citando medicamentos populares como o Ozempic, amplamente utilizado para emagrecimento.

Leia também – Epidemia da desinformação: a face digital que ameaça o tratamento do câncerAMP

Segundo análise do laboratório de pesquisa da ESET na América Latina, os vídeos seguem um formato padronizado: um avatar aparece em um canto da tela, se apresentando como um profissional com décadas de experiência, e compartilha supostas dicas de saúde e estética — na maioria das vezes voltadas à alimentação ou emagrecimento. O conteúdo, porém, induz o espectador à compra de produtos que prometem resultados milagrosos.

Publicidade

“Eles utilizam uma estratégia de marketing desleal ao tentar gerar uma validação falsa de supostos especialistas, para que o público acredite que a mensagem vem de alguém com conhecimento sobre o tema. A criação de imagens, vídeos ou áudios falsificados para cometer fraudes, roubar dados ou manipular a opinião pública se tornou comum no cibercrime”, comenta Daniel Barbosa, pesquisador de segurança da ESET no Brasil. 

A equipe da ESET também observou casos em que medicamentos não aprovados são promovidos e conselhos incorretos são dados para tratar problemas de saúde sensíveis, utilizando deepfakes com a imagem de profissionais reconhecidos.

Em um dos casos, um vídeo afirmava que determinado produto natural seria mais eficaz que o medicamento Ozempic, famoso pelo seu efeito colateral de perda de peso. No entanto, ao clicar no link divulgado, o usuário era direcionado à página de um produto na Amazon descrito como “gotas relaxantes” e “anti-inchaço”, sem qualquer menção às promessas feitas no vídeo.

A investigação identificou mais de 20 contas espalhadas por plataformas como TikTok e Instagram. Todas utilizam avatares gerados por IA por meio de ferramentas comerciais, nas quais influenciadores e criadores de conteúdo podem se cadastrar para fornecer sua imagem a vídeos automatizados em troca de remuneração. Um exemplo é o de uma falsa ginecologista com “13 anos de experiência”, usada em vídeos para promover extratos naturais.

Esses avatares fazem parte de um programa no qual influenciadores e criadores de conteúdo podem se oferecer como protagonistas de vídeos gerados artificialmente, ganhando dinheiro por isso ao filmar apenas alguns minutos de material e enviá-lo à plataforma.

Esse tipo de conteúdo viola os Termos de Uso das redes sociais. A ESET ressalta que os usuários também precisam estar atentos ao se envolver com plataformas de geração de conteúdo por IA. Criadores de conteúdo que consideram participar de programas remunerados devem entender como sua imagem será utilizada e por quem.

Em tempos de desinformação facilmente disseminada, é fundamental reconhecer golpes e anúncios enganosos disfarçados de conteúdo confiável. A ESET recomenda atenção a uma série de sinais que podem indicar que um vídeo foi falsificado ou criado com intenções fraudulentas. Entre os indícios mais comuns estão o descompasso entre os movimentos da boca e o áudio, expressões faciais rígidas ou pouco naturais, além de artefatos visuais e distorções, como bordas borradas ou mudanças bruscas de iluminação. A voz também pode soar robótica, artificial ou com entonação excessivamente uniforme, o que denuncia o uso de tecnologia sintética.

Outros pontos de alerta são contas recém-criadas, com poucos seguidores ou sem histórico relevante, e o uso de linguagem exagerada, com frases como “cura milagrosa”, “os médicos não querem que você saiba disso” ou “100% garantido”. Também é comum que esses conteúdos apresentem afirmações sem respaldo científico ou baseadas em fontes de baixa reputação, além de apelos à urgência e pressão para a compra imediata, como “por tempo limitado” ou “restam poucas unidades”.

“Se nos depararmos com esse tipo de conteúdo, é essencial não compartilhar nem acreditar antes de verificar a origem e o propósito das afirmações. E, ao identificar um vídeo enganoso, devemos denunciá-lo na plataforma usada”, recomenda Daniel Barbosa, pesquisador de segurança da ESET no Brasil.

*Informações Assessoria de Imprensa

Publicidade

Cunho
Responsável pelo conteúdo:
saudedebate.com.br
Privacidade e Termos de Uso:
saudedebate.com.br
Site móvel via:
Plugin WordPress AMP
Última atualização AMPHTML:
22.04.2025 - 13:44:51
Uso de dados e cookies: