No Estado de São Paulo, 48% dos usuários do sistema de saúde têm plano de saúde, enquanto o restante são cobertos apenas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas um estudo mostrou que apenas 5% dos usuários de planos de saúde acessam somente a rede privada. Ou seja, usuários de planos de saúde acessam o SUS com com frequência.
Os dados estão no Mapa de Acesso da Saúde de São Paulo, encomendado pelo SindHosp – Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo – ao Instituto de Pesquisa Qualibest. O objetivo foi identificar como os usuários do sistema de saúde o acessam e como são atendidos. As informações foram divulgadas em maio deste ano.
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Embora 94% dos pesquisados entendam o que é uma UBS – Unidade Básica de
Saúde (porta de entrada para a assistência básica), 70% dos entrevistados que
têm plano de saúde e usam também o SUS acessam o SUS pela UPA (Unidade
de Pronto Atendimento), enquanto 57% dos que não possuem plano acessam o
SUS também pela UPA. A pesquisa ainda mostrou que 83% das pessoas que não têm plano de saúde sabem qual é a sua unidade de saúde de referência.
O cenário muda quando se fala de vacinação. As unidades básicas de saúde são as mais procuradas pelos dois públicos (96% dos usuários que possuem plano e 86% dos usuários sem plano). Quando se trata de vacina, a rede SUS foi avaliada como boa. Usuários das duas redes deram a nota 8,3 enquanto usuários da rede privada deram 7,8.
Demora na assistência no SUS
A fila de espera foi o principal obstáculo apontado por 54% dos entrevistados, seguida do encaminhamento para a realização de exames (38%), assistência básica (24%), direcionamento para um Ambulatório Médico de Especialidades – AME (22%), para outros tratamentos (21%), para atendimento em um hospital (20%) e encaminhamento para cirurgias (16%). Apenas 16% dos respondentes afirmam que nunca sentiram dificuldade para acessar.
Usuários de planos de saúde acessam SUS com frequência, mas demora influencia na escolha
Cerca de 44% dos usuários do SUS procuraram laboratórios privados por demora na
realização de exames, 51% por demora no encaminhamento para médico especialista, 48% por demora no agendamento e 44% por fila de espera longa. Atenção primária pelo Programa ESF. O Programa Estratégia Saúde da Família (ESF) é parte integrante e importante para a consolidação e ampliação da cobertura da assistência primária em saúde no país e tido como estratégico pelo Ministério da Saúde, gestores estaduais e municipais.
Diante da relevância do Programa, a pesquisa Mapa do Acesso da Saúde de São Paulo perguntou se ao ir à UBS o entrevistado era atendido pela equipe ESF. 36% afirmam que nunca foram atendidos por uma equipe de saúde da família, 21% já foram atendidos algumas vezes, 21% não sabem e apenas 22% afirmam ser atendidos sempre pela ESF. Receber esse tipo de atendimento no domicílio é ainda mais raro, segundo a pesquisa, 63% afirmam que nunca receberam visita de uma equipe de saúde da família. Entre usuários do SUS, esse índice sobe para 65%.
Avaliação
A rede SUS foi avaliada como regulasr pelos usuários do sistema, sendo que os que usam as duas redes (pública e privada) deram nota 6,7, enquanto os que usam apenas a rede pública deram a nota 6,5. Os usuários da rede privada avaliaram como bom o atendimento nesta rede. Sendo que os que utilizaram apenas a rede privada deram nota 8,5 e os que usam as duas redes deram a nota 7,8.
Segundo Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, a pesquisa mostra que existem brechas assistenciais importantes que precisam ser sanadas. “Importante repensar mecanismos de interação entre os sistemas público e privado com estímulos para uma maior integração e não replicação de estruturas, definindo de maneira mais clara e com incentivos estruturados o papel da saúde pública e privada para um melhor uso dos recursos disponíveis”.
Para Balestrin, a expectativa do SindHosp, como patrono desse levantamento, é que todo o ecossistema da saúde e agentes políticos se unam em prol de resoluções que possam garantir a sustentabilidade do SUS e do setor de saúde suplementar.
* Saúde Debate, com informações da assessoria de imprensa