Diversidade genética de doadores de medula óssea aumenta chances de compatibilidade

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(Foto: Divulgação)

A doação de medula óssea é indiscutivelmente importante para o tratamento de diversas doenças no sangue, porém, a variedade genética de doadores é essencial para aumentar as chances de pacientes serem compatíveis. 

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Segundo o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), no Brasil há cerca de 5,7 milhões de doadores voluntários, sendo que destes, 3 milhões são brancos, 1,5 milhão são pardos, 420 mil são pessoas pretas, 172 mil são amarelos, 22 mil indígenas e 560 mil não informaram.

Maria Cristina Macedo, hematologista do IBCC Oncologia, hospital especializado no tratamento do câncer em São Paulo, aponta como a variedade genética pode ser importante para aumentar as chances de compatibilidade entre doador e paciente.

“O aumento da diversidade genética dos doadores voluntários é essencial para que os pacientes de diversas genéticas possam ter mais chances de encontrar um doador compatível, reduzindo também o tempo de espera pelo transplante”, explica a hematologista.

Como doar?

Os requisitos para doação de acordo com o REDOME são ter idade entre 18 e 35 anos, sendo que o doador permanece no cadastro até os 60 anos e pode realizar uma doação até essa idade, estar com a saúde em boas condições e não ter nenhuma das doenças consideradas impeditivas para a doação. Para se tornar um doador de medula óssea, o processo é bastante acessível e realizado em etapas simples:

  1. Cadastro no REDOME: O primeiro passo é realizar seu cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). Para isso, você deve comparecer a um hemocentro, levando um documento de identidade com foto.
  2. Coleta de Amostra de Sangue: No local de cadastro, é feita uma coleta de amostra de sangue. Esse sangue será utilizado para um teste de histocompatibilidade (HLA), que identifica suas características genéticas.
  3. Manutenção de Dados Atualizados: Após se cadastrar, é muito importante manter seus dados atualizados para que, caso surja compatibilidade com algum paciente, você possa ser facilmente contatado. Você pode atualizá-los diretamente no hemocentro onde se cadastrou.
  4. Confirmação de Compatibilidade: Em caso de paciente compatível, serão feitos novos exames de sangue para confirmar a compatibilidade. Você será consultado novamente para confirmar sua disponibilidade e interesse em realizar a doação.

De acordo com a hematologista do IBCC Oncologia, a doação de medula óssea pode ser realizada de duas maneiras principais. A primeira é através da punção diretamente da medula, um procedimento que demanda um centro cirúrgico e é realizado sob anestesia geral, em que o médico coleta a medula dos ossos da bacia.

“A segunda forma é por meio da aférese de células-tronco. Nesse método, as células são coletadas diretamente da corrente sanguínea após o doador passar por um tratamento que estimula as células-tronco a entrarem na circulação sanguínea. Esta técnica não exige anestesia geral, tornando-se uma opção menos invasiva. A doação de medula óssea é um procedimento seguro, e a medula se regenera totalmente em poucas semanas”, reforça Maria Cristina.

Anemias e leucemias podem ser tratadas com o transplante

Entre as principais condições tratáveis ou curáveis por meio do transplante, a hematologista destaca a leucemia (câncer que atinge os glóbulos brancos), os linfomas, a anemia aplástica (doença em que a medula não consegue produzir uma quantidade suficiente de células sanguíneas), o mieloma múltiplo que afeta as células responsáveis pelos anticorpos na medula óssea e doenças genéticas, como a talassemia e a anemia falciforme.

No estado de São Paulo, há aproximadamente 1,4 milhão de doadores voluntários e, até julho deste ano, foram realizados no país cerca de 219 transplantes não aparentados, de acordo com o REDOME.

Os transplantes de medula não aparentados aumentam muito a probabilidade de encontrar um doador para quem que precisa de um transplante, incluindo aqueles que não têm nenhum doador compatível na família. “Especificamente os pacientes que passam por reincidências nas quais as outras opções de tratamento não são ou param de ser efetivas, o transplante se torna a alternativa com maior chance de cura”, finaliza a hematologista.

*Informações Assessoria de Imprensa