A pandemia ressaltou a importância que a enfermagem tem para os cuidados com a saúde. Porém, bem antes da covid-19, a profissão de enfermeiro tem papel fundamental na prevenção e cuidados com diversas patologias, entre elas, o diabetes.
Juntamente com outros membros da equipe interdisciplinar, a enfermagem é responsável pelo processo educativo da pessoa com diabetes. “A compreensão do que é o diabetes e desmistificação dos mitos é como, habitualmente, iniciamos a nossa conversa, para assim introduzir os conceitos importantes como: monitorização da glicemia (orientações técnicas, interpretação dos resultados e ações a serem realizadas – dependendo do resultado), medicamentos (medicação em uso, horários, efeitos colaterais e técnica de aplicação no caso dos injetáveis) e avaliação dos pés (realização dos testes de sensibilidade e orientação de cuidado para a prevenção das complicações)”, explica Gabriela Cavvichioli, gestora administrativa e líder de equipe do Instituto Correndo Pelo Diabetes (CPD), organização sem fins lucrativos, que tem como objetivo promover a saúde integral e qualidade de vida das pessoas com diabetes e outras DCNTs (doenças crônicas não transmissíveis).
Gabriela, que tem como objetivo estruturar os processos internos, implementar indicadores, articular novos projetos e promover melhorias no ICPD – visando ampliar ainda mais o número de participantes de todo o Brasil – conta que a pessoa com diabetes sempre deve estar no centro do cuidado e, portanto, todo o processo educativo é pautado na sua necessidade e planejado de forma individualizada.
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Para integrar a equipe de enfermagem que cuida de pacientes com diabetes é preciso ter algumas competências como conhecimento técnico sobre o diabetes, perfil de um profissional educador que pratique a escuta ativa, que saiba trabalhar em equipe e que coloque o paciente no centro do cuidado.
“O principal desafio é saber individualizar o processo educativo e priorizar as informações conforme o momento e necessidade da pessoa e/ou da família. Identificar o estágio de mudança comportamental que a pessoa com diabetes está para que possa desenvolver estratégias adequadas para melhorar a adesão ao autocuidado”, conta Gabriela.
Outro desafio apontado pela gestora do ICPD é a carência de enfermeiros qualificados para tratar desses pacientes, já que o diabetes é um assunto abordado apenas pontualmente durante a formação de enfermagem.
Porém, a gestora do CPD enfatiza que a enfermagem tem demonstrado, cada vez mais, a sua importância como parte da equipe interdisciplinar e conquistado seu espaço. “Desta forma, muitas oportunidades se abrem para os enfermeiros que buscam se capacitar na área”, conclui Gabriela.
Para Bruno Helman, fundador e presidente do Instituto CPD, os profissionais de enfermagem são de suma importância para a pessoa com diabetes, já que, muitas vezes, são os principais, quando não os únicos, responsáveis pela educação em diabetes. Ele recorda que quando foi internado devido a abertura de quadro do diabetes, foi a equipe de enfermagem, ainda no hospital, que o ensinou sobre os cuidados básicos, como aplicação de insulina e monitorização da glicemia.
*Informações Assessoria de Imprensa