Se uma queda já implica em sérios riscos de lesões nos mais jovens, com o avançar da idade, a situação pode ser ainda mais delicada. No mês dedicado à terceira idade (1° de outubro é celebrado o Dia do Idoso), é importante reforçar o cuidado com essa população que, só neste ano, de janeiro a julho, contabilizou 5.539 internações no SUS (Sistema Único de Saúde) do Rio Grande do Sul, decorrentes de quedas – 4,8% maior do que no mesmo período de 2020. Os dados são do DataSUS e equivalem a média de 26 registros por dia.
Com relação a vítimas fatais, 270 pessoas acima dos 60 anos morreram após complicações geradas pela queda, 17% a mais do que nos sete meses do ano passado. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, a cada ano, mais de 600 mil pessoas morrem por essa razão em todo o mundo.
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Ainda de acordo com a OMS, a prevalência de quedas em pessoas acima dos 65 anos gira em torno de 30% e 60%. Entre idosos acima dos 80 anos, a incidência é mais alta, e o número de mortes associadas a quedas chega a ser seis vezes maior.
O presidente da SBOT-RS (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Regional Rio Grande do Sul), Fábio Krebs, explica que as causas para a maior incidência de quedas nos idosos são várias e incluem aspectos como comprometimento da marcha e das habilidades cognitivas, dificuldade de enxergar, mobilidade reduzida por perda muscular e uso de medicamentos inapropriados. “A presença de diversas doenças simultaneamente também é um fator, como diabetes, artrose, Parkinson osteoporose, além de situações de risco no próprio ambiente doméstico, como chão escorregadio, degraus e má iluminação”, fala o médico.
Entre as consequências, a fratura no fêmur é uma das mais graves, salienta Krebs. “Ao romper este, que é o maior osso do corpo humano, são grandes as chances de impacto na qualidade de vida do idoso, pois cerca de 30% a 40% desse público que quebra o fêmur não conseguem recuperar totalmente sua capacidade funcional”, fala.
Prevenção
O presidente da SBOT-RS lembra que é importante ter uma boa iluminação em casa, não deixar objetos, como tapetes e brinquedos pelo chão nem móveis pelo caminho. “É importante, ainda, que os pisos sejam antiderrapantes e sejam instaladas barras laterais em banheiros e em outros locais estratégicos do domicílio, como corredores”, pontua.
Outra questão de grande importância é o cuidado com a saúde óssea. Exame como a densitometria, por exemplo, auxilia na verificação do risco de desenvolvimento de osteoporose ou osteopenia e a chance de ocorrerem fraturas. Com isso, o médico pode indicar estratégias para que essas situações sejam evitadas.
A prática de atividade física também é significativa ação para o fortalecimento muscular, desde que feita com orientação. “Procure um ortopedista antes de iniciar qualquer exercício físico, para ter acompanhamento correto. Ao se exercitar, lembre-se de usar roupas e sapatos adequados e confortáveis, além de alimentar-se e hidratar-se bem para, assim, aumentar a longevidade”, conclui Krebs.
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