O mês de dezembro recebe a cor laranja para lembrar da importância dos cuidados com a pele, principalmente para prevenir o câncer. Neste período, inicia a estação mais quente, o que leva a maior exposição das pessoas aos fatores que podem provocar danos à pele. O objetivo é da campanha Dezembro Laranja é conscientizar e esta conscientização precisa começar ainda na infância.
Só para se ter uma ideia da importância do assunto, o Instituto Nacional do Câncer aponta que o câncer de pele não melanoma é o mais frequente no BrasilAMP, correspondendo a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. O câncer de pele melanoma, por sua vez, representa 3%. Nos dois tipos de tumor, há altos percentuais de cura, se houver detecção e tratamento precoces.
A médica do CEONC Hospital do Câncer de Cascavel (PR) e integrante do Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM), Tariane Foiato, explica que é muito importante a consciência sobre os cuidados com a pele já na infância para que, cada vez mais, tenhamos uma mudança cultural efetiva.
“O cuidado com os horários de exposição ao sol deve ser rigoroso. Dê preferência ao início da manhã e final da tarde para atividades ao ar livre. A passagem do protetor solar de alto fator de proteção deve ser aliado ao bloqueio físico, através de óculos escuros, chapéu e roupa com proteção UVA/UVB. Evitar as queimaduras solares, principalmente na infância é uma medida que evita o aparecimento de neoplasias da pele mais agressivas”, pontua a médica Tariane Foiato.
Ainda segundo a oncologista, a exposição crônica que leva a pigmentação da pele/pele bronzeada é um fator de risco para os tumores mais comuns dessa região e tendem a surgir com o envelhecimento. “O conhecimento do corpo é também essencial para levar a uma consulta médica. O surgimento de qualquer alteração em manchas ou surgimento de uma nova lesão é fundamental”, alerta a médica do CEONC.
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Alertas para prevenção dos problemas de pele
A Mayo Clinic publicou, neste ano, alguns alertas super importantes à população quanto aos cuidados com sua pele e conhecimento do corpo:
1) Manchas escuras com mais de um tom de pigmento;
2) Verrugas que crescem de forma rápida e que sangram;
3) Manchas irregulares com formatos estranhos;
4) Lesões de pele que expressam algum sintoma, como coceira ou ardor;
5) Locais como palma das mãos, sola dos pés e lábios devem também ser incluídos no autoexame!
Perfis de risco
Os fototipos claros tipo 1 e 2, ou seja, pessoas com pele e olhos claros que ficam vermelhos ao se expor ao sol ou que possuem sardas e aquelas que podem até ganhar uma “cor”, são as pessoas com maior predisposição a ter câncer de pele.
“Pessoas albinas que possuem um defeito genético na produção de melanina possuem 100% de chance de ter câncer de pele ao envelhecimento. Outras síndromes genéticas a saber são anemia de Fanconi e síndrome do nevo displásico. Também alguns imunossupressores usados em pacientes que foram submetidos a transplante de órgãos, favorecem o aparecimento de doenças da pele”, explica a médica do CEONC Hospital do Câncer, Tariane Foiato.
Tratamento
O tratamento para câncer de pele é basicamente cirúrgico, mas há casos em que podem ser utilizados tratamentos tópicos, crioterapia e radioterapia. Cada caso precisa ser avaliado por profissional, que indicará o melhor encaminhamento.
“A cirurgia de Mohs é uma técnica muito indicada nos casos de lesões de pele em áreas ‘nobres’, onde as margens são obtidas de maneira muito segura, com estudo microscópio pelo patologista em sala de procedimento. Na face, por exemplo, onde queremos atingir a menor margem com máxima segurança e com melhor resultado estético é uma das principais aplicações da técninca”, explica a doutora Tariane Foiato.
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Câncer melanoma e não melanoma
O câncer de pele melanoma tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e é mais frequente em adultos brancos. O melanoma pode aparecer em qualquer parte da superfície corporal, porém tem predileções de região corporal e difere um pouco no homem e mulher! Mas um fato interessante é que ele também acontece nas mucosas, incluindo a região anorretal, nas unhas, nos olhos e região acral! Sua apresentação mais comum ocorre na forma de manchas, pintas ou sinais. Nos indivíduos de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés.
Já o câncer de pele não melanoma apresenta tumores de diferentes tipos. Os mais frequentes são o carcinoma basocelular (o mais comum e também o menos agressivo) e o carcinoma epidermoide. Mais comum em pessoas com mais de 40 anos, o câncer de pele é raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas. Porém, com a constante exposição de jovens aos raios solares, a média de idade dos pacientes vem diminuindo. Pessoas de pele clara, sensíveis à ação dos raios solares, com história pessoal ou familiar deste câncer ou com doenças cutâneas prévias são as mais atingidas.