A primeira morte por Covid-19, a infecção causada por novo coronavírus, foi confirmada nesta terça-feira (17 de março) pela Secretaria de Saúde de São Paulo. O paciente era um homem, de 62 anos, morador de São Paulo, que também tinha comorbidades, como diabetes e hipertensão. Ele deu entrada em um hospital privado, não identificado, no último sábado (14), e faleceu nesta segunda-feira (16).
De acordo com as informações divulgadas pela secretaria, os primeiros sintomas se manifestaram no dia 10 de março. O paciente não tinha histórico de viagem. Outras quatro mortes estão sendo investigadas em São Paulo e podem estar relacionadas com o Covid-19.
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O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, comentou o registro da primeira morte e disse que ainda não há condições de relacionar a letalidade do novo coronavírus no Brasil. “Em quase 300 casos tivemos primeiro óbito. Não podemos falar isso porque podemos ter seis óbitos amanhã. Não temos condição de falar a letalidade. Brasil é um país jovem, vamos ver como isso funciona”, declarou.
Após registrar a primeira morte pelo novo coronavírus (Covid-19), a atualização do Ministério da Saúde divulgou 290 casos, contra 234 identificados na segunda-feira. A maior diferença se deu nos casos suspeitos, que pularam de 2.064 para 8.819, quase quatro vezes em apenas um dia.
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São Paulo segue liderando a lista de confirmações da doença, com 164 casos. Em seguida vem o Rio de Janeiro (33), Distrito Federal (21), Pernambuco (16) e Rio Grande do Sul (10). Também possuem casos Santa Catarina e Minas Gerais (sete), Goiás e Paraná (seis), Ceará (cinco), Sergipe e Mato Grosso do Sul (quatro), Bahia (três) e Amazonas, Rio Grande do Norte, Alagoas e Espírito Santo (um).
Em relação aos casos suspeitos, São Paulo possui 5.047, seguido por Rio de Janeiro (859), Minas Gerais (563), Bahia (354), Rio Grande do Sul (300) e Distrito Federal (253). A região com menor número de suspeitas continua a sendo a Norte (96), enquanto a com mais pessoas em investigação é a Sudeste (6.538). Os casos descartados somam 1.899.
Do total, 57% são casos importados (aqueles contraídos fora do país), 32% são oriundos de transmissão local (adquiridos de pessoas que foram infectadas fora do país) e 12% são resultado de transmissão comunitária (quando as autoridades não conseguem identificar a cadeia de infecção e o primeiro paciente ou quando já ultrapassou a quinta geração da rede de contágio). Outros 2% ainda estão em investigação.
Aumento de casos nos próximos meses
A avaliação apresentada pelo ministério é que a situação deve piorar nos próximos meses, com aumento dos casos. A situação, se adotadas as medidas e recomendações, só deve resultar em um alívio do quadro no segundo semestre. “Vamos passar 60 a 90 dias de muito estresse. Para que quando chegar no fim de julho entra no plateau [estabilidade]. Em agosto e setembro podemos estar voltando [a normalidade] desde que construamos a imunidade de mais de 50% das pessoas”, projetou Mandetta.
O ministro ponderou que, com o aumento das iniciativas de distanciamento social, é preciso ter atenção para não gerar impactos prejudiciais. “Temos que ter cuidado com medidas restritivas que impeçam abastecimento de grandes eixos. Temos que tomar medidas mas sem causar mais problemas”, afirmou.