A ergonomia deixou de ser assunto apenas para os ambientes corporativos. A adaptação foi levada para as casas, que se transformaram em ambientes de trabalho durante a pandemia. Pensar em ergonomia e na adaptação é essencial para o home office. E esse modelo tende a ser adotado a partir de agora com mais frequência do que o período pré-pandemia, tanto em funções que se adaptaram a distância quanto em situações pontuais.
Segundo a pesquisa Gestão de Pessoas na Crise Covid-19, elaborada pela Fundação Instituto de Administração (FIA), o home office foi adotado por 46% das empresas brasileiras em algum momento da pandemia, sejam elas de grande, médio ou pequeno porte. Esse percentual ainda considerou casos em que apenas parte dos profissionais passou a trabalhar diretamente de casa. Os setores de serviços, com trabalhos administrativos e corporativos, tecnologia e finanças, foram os que mais aderiram à prática.
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Antes acostumados às cadeiras e mesas do escritório, ambiente geralmente confortável e desenvolvido conforme os princípios ergonômicos, os trabalhadores passaram, de uma hora para outra, a ter que arrumar um lugar em casa para continuar exercendo as mesmas funções, mas sem a mesma estrutura. Entre os principais problemas enfrentados estão a falta de uma boa iluminação, a ausência de um cômodo tranquilo e silencioso, mesa e cadeira fora dos padrões laborais. O resultado disso não poderia ser outro: a má postura. E junto dela todas as suas consequências, como dores e desconfortos.
A falta de ergonomia evidencia como a adaptação é essencial no home office
Os problemas de ergonomia são resultados da falta de um espaço ideal, o que gera uma série de problemas para o corpo, em especial dores na região lombar e cervical. Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), entre as principais causas estão a má postura e posições laborais incorretas.
No home office isso acaba acontecendo pois muitas pessoas ficam sentadas durante horas em cadeiras baixas ou alta demais. As mesas, por sua vez, não ficam em uma altura adequada. Para completar, ainda há aqueles que preferem trabalhar sentado no sofá ou na cama.
Esse contexto se soma à diminuição das atividades físicas e o próprio estresse.
O que fazer, já que adaptação é essencial para o home office?
Não são precisos grandes investimentos para moldar um ambiente caseiro em um home office ergonomicamente favorável. As mesas, em geral, devem ter 70 centímetros de altura. O ideal é que os cotovelos fiquem flexionados e os antebraços apresentarem um ângulo de 90 graus. O profissional também deve procurar sentar-se com os pés apoiados totalmente no chão, o que distribui melhor o peso e evita que a carga vá toda para a lombar. Se não for possível, deve-se improvisar um apoio para os pés.
A tela do computador tem que estar na altura dos olhos da pessoa – notebooks exigem atenção especial, pois tendem a ficar mais baixos, o que força o pescoço sempre para baixo. Para evitar que isso aconteça, vale investir em suportes que levantam o notebook e projetam a tela de modo que a pessoa consiga manter uma postura reta, sentada na cadeira.
É indicado, ainda, fazer algumas pausas no trabalho para movimentar o corpo a cada duas horas de trabalho, fazendo leve caminhadas pela casa, que podem durar de cinco a dez minutos.
Quando procurar ajuda?
Se os desconfortos persistirem por mais de três dias, um médico deve ser consultado. Em alguns casos, o tratamento pode ser à base de medicamentos, mudança na postura e a prática de alguns exercícios. Situações mais graves, no entanto, podem demandar exames mais detalhados, como uma ressonância magnética da coluna lombar e uma ressonância magnética da coluna cervical.
Exames de imagem detectam problemas
A ressonância magnética da coluna lombar, parte final inferior das costas, serve para identificar possíveis patologias na região, como doenças infecciosas, degenerativas e inflamatórias, além de tumores e traumas. O exame tem imagens de alta qualidade e não utiliza radiação.
Já a ressonância magnética da coluna cervical analisa a porção da coluna localizada da base do crânio até o pescoço. O exame também não tem radiação e detecta problemas nas vértebras como hérnia de disco, desgastes e degeneração das articulações, fraturas, deslocamentos e trauma, bem como inflamações e tumores.
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