Conheça 5 hábitos para alcançar a longevidade com saúde

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Saúde Debate
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Alcançar a longevidade com saúde exige cuidados e bons hábitos durante todas as fases da vida. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2030 o número de idosos no Brasil deve ultrapassar o número de crianças. A inversão da pirâmide etária no país caracteriza uma mudança do perfil demográfico e amplia a necessidade de atenção para a promoção do envelhecimento saudável. Por isso, aqui estão cinco  hábitos para alcançar a longevidade com saúde.

No livro Só é velho quem quer, o professor da Escola de Medicina da PUCRS Newton Terra destaca que é possível envelhecer com saúde, tornando o processo mais longevo, autônomo e independente. Na obra o autor também destaca que, segundo pesquisas, o envelhecimento depende 25% da genética e 75% do estilo de vida e do ambiente.  

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Pesquisador do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, Terra reuniu sugestões de hábitos que promovem um estilo de vida saudável, fundamental para alcançar a longevidade com qualidade. Confira:

1. Gerenciar o estresse

O estresse define um estado em que ocorre uma ameaça (real ou percebida) à homeostase (estabilidade do organismo). Não é considerado uma doença, mas sim uma forma de adaptação e proteção do corpo contra agentes externos ou internos. Pode ser positivo (o eustresse) e negativo (o distresse), que é o estresse propriamente dito. O termo “estressor” define os eventos ou estímulos que provocam ou conduzem ao estresse, e estes podem ser classificados como sensoriais (físicos), psicológicos e infecciosos. 

Quando o estressor se torna crônico, acontece o desgaste de tecidos e órgãos, aumentando o risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, transtornos neuropsiquiátricos, doenças infecciosas, metabólicas e tumores. Essa forma de impacto do estresse no organismo é conhecida como carga alostática. 

Entre as ações que contribuem para gerenciar o estresse estão aumentar a resistência (ou resiliência) aos estressores e mudar a maneira de enfrentá-los. Encontrar opções benéficas de liberar a tensão, como a prática de atividades físicas, também auxilia na redução dos riscos causados pelo estresse. 

Dormir regularmente, cultivar um hobby, manter uma organização financeira e buscar atividades de relaxamento meditação como yoga ou mindfulness são comportamentos que também trazem benefícios. Buscar ajuda de psicólogos e conversar sobre aquilo que lhe causa estresse contribui para evitar que os estressores se tornem crônicos. 

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2. Ter atividades de lazer 

O lazer é um momento de liberdade interior, expressão da personalidade e da individualidade. É quando podemos decidir o que fazer, como fazer e quando fazer. É o momento do descanso e do divertimento. O lazer é um direito social.  

Em todas as fases da vida, inclusive durante o processo de envelhecimento, é fundamental ter momentos de lazer, de acordo com as preferências e condições de cada pessoa. Ler, praticar exercícios físicos, fazer artesanatos, pintar, ouvir música, estimular o raciocínio com jogos, assistir filmes, tocar instrumentos musicais e manter-se aprendendo são práticas que fazem bem em qualquer idade. 

3. Evitar a automedicação

Os idosos são os maiores usuários de remédios devido ao surgimento de doenças crônicas associadas ao processo de envelhecimento e que requerem tratamento medicamentoso. No entanto, é preciso manter a atenção aos efeitos dos medicamentos em todas as idades. Por mais que se consiga eficácia no combate às doenças, o uso da polifarmácia eleva a chance dos efeitos adversos, podendo impactar negativamente na saúde. 

Para alcançar a longevidade, o indicado é tomar apenas os medicamentos receitados por médicos e evitar a automedicação – lembrando que muitas pessoas idosas frequentemente ingerem por conta própria ácido acetilsalicílico (conhecido popularmente como aspirina), anti-inflamatórios não esteroides, laxantes e vitaminas, o que deve ser evitado. Em média, essa faixa etária utiliza de dois a cinco medicamentos por dia. 

A polifarmácia está associada ao desenvolvimento e agravamento de síndromes geriátricas, incluindo comprometimento cognitivo, delírios, quedas, fragilidade, incontinência urinária, perda de peso, além de aumentar o risco de hospitalizações. A prescrição de medicamentos para quem possui mais de 60 anos é uma tarefa que requer planejamento e monitoramento constantes. 

A desprescrição, uma tendência moderna e preventiva, é o processo sistemático de identificar e suspender remédios quando o risco potencial de prejuízo supera os benefícios. Deve ser realizada uma revisão criteriosa da prescrição, junto ao médico, com o objetivo de identificar os medicamentos inapropriados, passíveis de ser retirados. 

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(Foto: Andrea Piacquadio / Pexels)

4. Realizar uma nutrição adequada

A nutrição é um dos fatores externos que exerce mais influência na saúde das pessoas ao longo da vida. Efeitos de uma alimentação inadequada, tanto por excesso quanto por déficit de nutrientes, são extremamente prejudiciais. Alimentação adequada é aquela que fornece ao organismo os nutrientes necessários para a manutenção, reparo e crescimento dos tecidos, sem que haja excesso no consumo alimentar.  

Uma boa alimentação deve ser suficiente (contém as calorias necessárias ao gasto diário), completa (fornece todos os nutrientes indispensáveis), harmônica (mantém a proporção correta entre proteínas, açúcares e gorduras) e adequada (atende às condições fisiológicas de cada pessoa).  

A adoção de uma alimentação de qualidade, com variedade de cores, nutrientes e texturas, e com menor quantidade de químicos, ou isenção de agrotóxicos, pode colaborar para a proteção do organismo contra o desenvolvimento de doenças.  

Dentre os principais componentes alimentares que atuam como fatores protetores estão as vitaminas antioxidantes (encontradas em frutas e verduras, de preferência cruas ou frescas), os carotenoides (presentes em alimentos com tons vermelhos, laranjas e amarelos) os compostos fenólicos (estão em frutas cítricas, como limão, laranja e tangerina) e as fibras alimentares (disponíveis em leguminosas, cereais e alimentos integrais). 

5. Evitar o sedentarismo

Sedentarismo é uma palavra derivada do latim que significa “ficar sentado”, sendo definido como a falta, ausência ou diminuição de atividades físicas ou esportivas. É considerada a doença do século por estar relacionada ao comportamento cotidiano da vida moderna e pela associação com várias doenças. Para evitar o sedentarismo, o ideal é realizar exercícios físicos regularmente. 

A prática regular de um exercício também é útil para atrasar o processo de envelhecimento e alcançar a longevidade. Existe unanimidade entre os especialistas ao afirmarem que os indivíduos que se exercitam com regularidade vivem mais e com mais qualidade. O exercício físico deve ser praticado por todos, preferencialmente, desde a infância sem interrupção. Os benefícios trazidos pela realização do exercício à saúde são tão transitórios quanto os trazidos pela alimentação e pelo sono. Ao descontinuar a prática de exercícios, os benefícios conquistados também começam a ser perdidos. 

Dicas bônus

Cultivar a espiritualidade: Pesquisas demonstram que os indivíduos que têm uma religião ou que são espiritualizados envelhecem melhor e previnem, tratam e se recuperam com mais sucesso de muitas das doenças. 

Evitar o tabagismo: O hábito de fumar é uma doença crônica gerada pela dependência da nicotina. O tabagismo provoca alterações, físicas, emocionais e comportamentais, além de ter relação com 55 doenças diferentes. 

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