Comunicação suplementar e alternativa ganha cada vez mais espaço na superação de dificuldades da fala

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(Foto: Divulgação)

Outubro é o mês do dia das crianças e, também, de conscientização sobre Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA). As datas próximas não são uma coincidência, já que o alerta é importante para que a atenção da sociedade seja voltada a pessoas – crianças ou adultos – que apresentam problemas severos na fala e na escrita, ou que ainda demonstrem defasagem nas suas habilidades comunicativas. 

A Comunicação Suplementar Alternativa, também chamada de Comunicação Aumentativa Alternativa (CAA), é um sistema alternativo ou aumentativo de comunicação para desenvolver a linguagem de uma criança/adulto. “É um conjunto de técnicas usadas para estimular a linguagem e favorecer a comunicação autônoma e funcional. Por isso alguns autores também se referem a essas técnicas como estimulação de linguagem apoiada”, explica fonoaudióloga infantil, Ainoã Athaide Macedo, credenciada ao Conselho Regional de Fonoaudiologia (CREFONO 3), Mestre pela UFMG e Especialista em linguagem pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia. 

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A CSA é uma opção para que habilidades sejam desenvolvidas a fim de proporcionar bem-estar e qualidade de vida. Não existe uma idade específica para que o problema seja diagnosticado, por isso o mês de conscientização aliado ao dia das crianças é importante para que as pessoas saibam detectar essas características ainda na primeira idade. 

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Ainoã indica que a comunicação alternativa é fundamental para crianças que demonstram dificuldades na habilidade da comunicação. “Quando vemos uma criança com necessidade complexa de comunicação; que pode ser devido a uma paralisia cerebral, autismo ou outra situação (diagnóstico de base), ela pode apresentar atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem”, explica.  

Para inserir o sistema CSA na vida de uma criança, não há pré-requisito. Se os pais ou responsáveis percebem que há necessidade de estimular a linguagem e que isso trará benefícios, pode ser implementado por um fonoaudiólogo com conhecimento no assunto. “Não é nenhum procedimento invasivo ou algo que vá prejudicar essa criança Ela só tende a ganhar com o sistema de comunicação aumentativa alternativa”, ressalta a fonoaudióloga. 

Quando detectado cedo, o déficit de comunicação pode ser amenizado com técnicas da Comunicação Suplementar e Alternativa, que envolvem olhar compartilhado, expressões faciais, gestos, toque, escrita, apontar de símbolos, imagens ou equipamentos com voz sintetizada, que permitam a interação. Ainoã esclarece: “Estimula-se aquela criança a desenvolver a linguagem. Ela vai poder comunicar que ela quer comer um bolo, que quer ir à casa da avó ou que quer ver tal pessoa. Vai poder comunicar que está com dor. Sem a fala, ela não vai conseguir fazer isso, mas com CSA, sim. Ela vai aprender a se comunicar através de imagens e símbolos”. 

Tratamento multidisciplinar 

O tratamento com técnicas da comunicação alternativa abrange várias áreas do conhecimento da saúde, como psicologia, psiquiatria, nutrição, fisioterapia e fonoaudiologia. Esta última, porém, tem papel fundamental durante todo o processo, pois orienta como devem atuar os outros agentes na saúde do paciente, ao participar de todo processo de implementação: avaliação e intervenção nas habilidades comunicativas. “Com a CSA, a criança pode atingir o nível máximo de sua habilidade que é ser responsável pela sua própria comunicação; ela é o agente da sua comunicação”, destaca a fonoaudióloga infantil Ainoã. “O objetivo é dar para essa criança o direito de exercitar a comunicação de uma forma ampla com todos os outros falantes”. 

As pesquisas sobre CSA já mostram que seu uso não inibe a fala. A ideia, portanto, é iniciar com a implementação assim que identificado atraso funcional da comunicação e ininteligibilidade significativa da fala. Dessa forma, adultos também podem desenvolver problemas nas habilidades de fala e escrita ao longo da vida, por motivos diferentes. Os distúrbios em adultos geralmente são problemas adquiridos, ou seja, provenientes de lesões provocadas por traumas, AVC (Acidente Vascular Cerebral), ou ainda por doenças degenerativas, como Alzheimer. “Não há contraindicação de CSA, e seu uso não exclui a implementação de outras técnicas e abordagens para fala”, completa a especialista. 

Autonomia na comunicação é um direito, por isso a importância de contar com um fonoaudiólogo bem treinado para dar suporte. “O que vale é a criança ter amor, principalmente entender o poder e a força da comunicação. Na comunicação alternativa, somos mediadores, para que a família, a escola e toda a sociedade possam se comunicar com aquela criança”, finaliza Ainoã. 

Sobre o Crefono 3 

O Conselho Regional de Fonoaudiologia – 3ª Região (Crefono 3), atuante no Paraná e em Santa Catarina, constitui, em conjunto com o Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa), uma autarquia federal. É responsável por zelar pelo cumprimento das leis, normas e atos que norteiam o exercício da fonoaudiologia, a fim de proteger a integridade moral da profissão, dos profissionais e dos usuários diretos. 

Ao zelar pelo exercício regular da profissão, o Crefono 3 protege o fonoaudiólogo daqueles que exercem inadequadamente ou ilegalmente a profissão, além de proporcionar melhores condições para que a população tenha um atendimento adequado ao consultar o profissional. 

*Informações Assessoria de Imprensa 

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