Atire a primeira pedra quem nunca ficou estressado… Estresse se tornou praticamente sinônimo de um cotidiano frenético, com tudo sendo levado, muitas vezes, ao limite. Tudo ficou ainda mais potencializado durante a pandemia de Covid-19. Então, como lidar com o estresse da melhor forma e saber quando procurar ajuda?
A psicóloga do Pilar Hospital, de Curitiba (PR), Manuela Pimentel Leite, explica que o estresse é uma forma de o corpo reagir quando está sob uma ou mais exigências e precisa passar por uma adaptação. “Para fazer isto, o nosso organismo utiliza o eixo endócrino, que é ligado às glândulas, e conhecido como eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal, ou seja, o sistema nervoso vai ativar, através de glândulas, a liberação de adrenalina e cortisol. É por meio desses hormônios que acontece uma ‘aceleração’ do nosso organismo para atender a demanda apresentada, que pode ser, por exemplo, as pressões pela pandemia, no ambiente profissional e familiar ou de aspecto financeiro e amoroso”, afirma.
Leia também – Como está a saúde mental dos brasileiros na pandemia?AMP
Saber como lidar com estresse evita que ele se torne prejudicial. Isso acontece quando o estresse permanece na vida de uma pessoa por muito tempo, ao não resolver uma demanda. O corpo sente e o resultado disso pode ser fadiga e esgotamento, além de problemas digestivos, como indigestão, gastrite e úlcera. “O sistema digestivo é revestido do início ao fim por um tubo muscular. Esta musculatura serve para empurrar o bolo alimentar até o reto e ânus e, ainda, para macerar o alimento. Esse movimento muscular é rítmico, que vai desde a cavidade oral, do esôfago, até o final do intestino. Uma vez que o estresse é agudo, é desencadeada uma desorganização do ritmo dessa contração, causando sensação de estômago estufado, dores no estômago, dor abdominal, entre outros. Pode acontecer, ainda, um aumento do suco gástrico, ou digestivo, causando azia, dor de garganta e, até mesmo, dor nos dentes”, esclarece Manuela.
O estresse afeta também outros sistemas: imunológico, cardíaco, vascular, entre outros pontos do organismo. Até mesmo a pele e os cabelos podem sofrer com o estresse. “É importante entender os motivos pelos quais o estresse afeta a saúde do couro cabeludo e, consequentemente, ocasiona a queda dos fios”, explica a médica tricologista Luciana Passoni.
De acordo com ela, com o estresse, o organismo libera cortisol e outros hormônios em uma tentativa de se proteger do que está causando desconforto. Mas essa constante liberação de hormônios pode causar desequilíbrios. Há pessoas que, em momentos mais estressantes, de tensão ou de ansiedade, reclamam de queda de cabelos. “O jeito mais fácil de identificar que a queda dos fios está relacionada ao estresse é o eflúvio telógeno, uma perda difusa de cabelos e que aumenta diariamente. Apesar de a condição afetar todo o couro cabeludo, poderá ocasionar a queda dos fios em certos lugares e ser mais perceptível. Qualquer desequilíbrio emocional pode atrapalhar o ciclo de vida dos folículos pilosos, antecipando, assim, o estágio de queda”, analisa a tricologista. A médica frisa que a perda de fios de cabelo por estresse por ser revertida.
Leia também – Angústia durante a pandemia: como você está se sentindo?AMP
Saber como lidar com estresse significa pedir ajuda
Para este e todos os outros casos, o essencial é contar com a ajuda de um profissional. Isso pode até mesmo implicar em um atendimento multidisciplinar e multisetorial. “É preciso avaliar o nível do estresse, baseado em sinais e sintomas. Os especialistas vão tratar a ansiedade a partir desta demanda. O estresse pressiona o organismo, que tenta gerar uma adaptação e apresenta sinais, como irritabilidade, alteração do sono, cansaço, alterações da resposta sexual e alteração na pele. Nestes casos, os especialistas avaliam o nível e a intensidade do problema e qual é a situação geradora do estresse, trabalhando na causa e orientação do paciente na resolução do problema”, avalia Manuela Pimentel Leite.
Os sinais de alerta, além dos físicos, são uma sensação constante de insatisfação, problemas sentimentais frequentes, desânimo, comportamento explosivo, insônia e irritação. Se isto acontece com intensidade e frequência, a pessoa deve procurar a ajuda de um especialista.
Para aprender como lidar com estresse, o paciente pode passar por um tratamento com acompanhamento psicológico e, em alguns casos, medicação. Os remédios podem ser usados para tratar os sintomas físicos causados pelo estresse. “ A outra linha seria dentro do diagnóstico da área de saúde mental, com os psicofármacos mais indicados para cada caso”, comenta Manuela.
A partir desta abordagem, o paciente vai construindo um saber sobre como lidar com o estresse. Isso inclui eliminar hábitos que podem potencializá-lo, como dormir pouco, se alimentar mal e não fazer atividades físicas.
* Com informações das assessorias de imprensa
Leia também: Como a meditação pode ajudar na saúde mental?AMP