O aumento da população idosa no Brasil faz surgir outra demanda: um serviço de saúde especializado na terceira idade e no envelhecimento da população. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada pelo IBGE, mostram que o país tem cerca de 33 milhões de idosos.
Em uma década, o número de pessoas com 60 anos ou mais passou de 11,3% para 14,7% da população. Em 2050, um em cada quatro brasileiros será idoso. Se o Brasil está envelhecendo, os profissionais da área de Saúde também precisam se preparar para o envelhecimento da população.
O primeiro passo para melhorar e humanizar o atendimento de saúde na terceira idade é investir em formação de qualidade para atender as demandas do mercado. As instituições de ensino têm olhado cada vez mais para o preparo do profissional diante do envelhecimento da população.
No curso de Fisioterapia do UniCuritiba, por exemplo, o tema envelhecimento é discutido em unidades curriculares como fisioterapia cardiorrespiratória e hospitalar, disfunções musculoesqueléticas e fisioterapia musculoesqueléticas do quadrante superior e inferior. Nas unidades curriculares de fisioterapia nas fases da vida e fisioterapia em disfunções neurológicas, o assunto é aprofundado. Para complementar a formação em sala de aula, os estudantes fazem estágios supervisionados. O UniCuritiba também realiza o projeto Moviment +, que recebe grupos de idosos da comunidade para exercícios de estimulação cognitiva e motora.
Áreas de atuação e habilidades profissionais
Ao mesmo tempo que a população idosa aumenta, crescem também as oportunidades de emprego para quem se especializa na área da Saúde.
Com pós-graduação em Reabilitação Cognitiva e preceptora de práticas do curso de graduação em Fisioterapia do UniCuritiba, Luísa Sampaio explica que o campo de atuação é vasto para os profissionais interessados em trabalhar com idosos. “As pesquisas em Gerontologia estão em franco crescimento e, por isso, é importante que os profissionais se mantenham atualizados”, recomenda a especialista.
Outras dicas da professora para quem deseja seguir esse caminho incluem: saber se comunicar bem para orientar os pacientes e seus familiares, trabalhar em equipe e ser criativo nas estratégias de atendimento, ser generoso, carinhoso e paciente com a pessoa idosa, cuidadores e familiares. “O cuidado com a pessoa idosa exige muita energia e, por vezes, pode ser cansativo e afetar a saúde física e mental dos cuidadores e familiares. Por isso, os profissionais devem ter um olhar empático.”
Nos casos de cuidados paliativos, serviços de home care ou atendimento a pacientes com demência em estágio grave, o desafio é ainda maior. “Seja qual for a situação, devemos lembrar que aquele indivíduo não é apenas um paciente, é o amor da vida de alguém”, diz a fisioterapeuta.
Envelhecimento da população: foco na qualidade de vida
A Organização Mundial da Saúde estima que 55 milhões de pessoas em todo o mundo sejam diagnosticadas com algum tipo de demência após os 60 anos de idade. No Brasil, de acordo com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde, cerca de 2 milhões de casos já foram registrados e a expectativa é de que o número triplique até 2050.
Esses números, segundo Luísa Sampaio, revelam a importância da capacitação profissional. “A gerontologia engloba várias áreas, como prevenção e promoção da saúde, longevidade, cuidados paliativos e atendimento às pessoas com demência.”
Na avaliação da professora, os profissionais da área da Saúde devem fazer mais do que tratar os problemas que surgem na terceira idade.
Estimular um estilo de vida saudável e a prática de atividades que melhoram a mobilidade, a força, a resistência muscular, o equilíbrio e a qualidade da marcha é parte do trabalho.
“O fisioterapeuta, por exemplo, não garante apenas que os idosos tenham qualidade de vida para atividades laborais ou de lazer, mas deve atuar em ações de educação em saúde, levando informações à população sobre o envelhecimento saudável”, ensina a professora do UniCuritiba.
* Com informações da assessoria de imprensa