A expressão “brain rot” (“cérebro podre” ou “podridão cerebral”, em inglês) foi escolhida como a palavra do ano pelo Dicionário Oxford. Ao longo de 2024, o termo acumulou cerca de 130 mil buscas.
Leia também – Cadeirinha infantil reduz em 70% o número de acidentes graves nas estradasAMP
O que é “cérebro podre”?
O termo se refere à deterioração mental ou intelectual provocada pelo consumo excessivo de conteúdos superficiais, especialmente em redes sociais. A expressão surgiu em 1854 no livro Walden, de Henry David Thoreau, que comparava a decadência intelectual ao apodrecimento de batatas na Inglaterra.
Entre 2023 e 2024, buscas por “brain rot” aumentaram 230%, refletindo preocupações com o impacto de conteúdos de baixa qualidade. Nos Estados Unidos, um órgão de saúde até publicou diretrizes para identificar o problema.
Brasileiro já alertava para o perigo das redes sociais
Apesar da popularização do termo, o neurocientista luso-brasileiro Dr. Fabiano de Abreu Agrela já alertava desde 2018 sobre os perigos do excesso do uso de redes sociais (Como no estudo “A internet está tornando as pessoas menos inteligentes”, publicado na revista científica Brazilian Journal of Development)
“Observa-se uma crescente dificuldade entre algumas crianças em se engajar em tarefas que exigem foco e concentração, como a leitura e a pesquisa, em contraste com a facilidade de acesso à gratificação instantânea proporcionada pelo mundo online. A interação com plataformas digitais, com seus mecanismos de recompensa e notificações constantes, pode levar à liberação de dopamina no cérebro, criando um ciclo de busca por estímulos rápidos e superficiais.”
“Temos observado, em alguns casos, dificuldades no desenvolvimento de raciocínio aprofundado e na aplicação da lógica em situações cotidianas. Essa dificuldade pode estar associada a fatores como déficit de atenção, excesso de estímulos superficiais e falta de incentivo ao pensamento crítico”, afirma Fabiano de Abreu.
De acordo com dados do relatório Digital 2024: Brazil, produzido por We Are Social e Meltwater, em janeiro de 2024 o Brasil tinha 144 milhões de usuários ativos em redes sociais, cerca de 66,3% da sua população total.
*Informações Assessoria de Imprensa