O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou, para o triênio de 2020 a 2022, mais de oito mil novos casos de cânceres infantojuvenil, por ano, no Brasil. Com o Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil, lembrado em 15 de fevereiro, é possível fazer um balanço sobre os dados do INCA a respeito da doença, analisando as estimativas por regiões e estados. Há destaque para as Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste como as que terão mais casos em crianças nos próximos anos.
A pediatra membro do Comitê de Hematologia Pediátrica da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH), Adriana Seber, destaca que a migração pode ocorrer para a realização do tratamento. “Pode ser que exista um número maior de casos nas Regiões Sul e Sudeste, porque os pacientes migram em busca de tratamento.” A pediatra explica que muitas pesquisas são feitas por meio do Código de Endereçamento Postal (CEP) de moradia que, por vezes, não corresponde à origem do paciente, mas ao local em que está no momento.
Ainda segundo o INCA, os cânceres com maior incidência nas crianças são a Leucemia e os Tumores do Sistema Nervoso Central. É considerada população infantojuvenil: jovens, crianças e bebês, de 0 a 19 anos. A pediatra explica que não se sabe por que estes são os cânceres mais frequentes, mas “fazemos a hipótese de que isso se desenvolve, principalmente, por exposições aos venenos que hoje temos contato no ambiente, como inseticidas e derivados do benzeno que contaminam água e produtos alimentícios”.
Diagnóstico e Tratamento
Apesar dos vários sintomas que podem aparecer, os mais frequentes que podem ser identificados pelos pais, são: manchas roxas; Febre persistente sem infecção; Vômitos pela manhã sem motivo aparente; Dor de cabeça matinal que não passa; Alterações do equilíbrio; surgimento de estrabismo, entre outros.
Diferente do que ocorre com adultos, os cânceres das crianças, geralmente, não são só retirados em cirurgias, precisam de quimioterapia. A quimioterapia é geralmente administrada por via intravenosa ou por via oral e causa a perda de cabelos durante o tratamento.
O Diagnóstico precoce é de suma importância para a recuperação do paciente. Pacientes tratados em centros de referências de Câncer Pediátrico têm melhores resultados. No Sistema Único de Saúde (SUS), o início do tratamento leva em média 270 dias para adultos, mas câncer em crianças é, geralmente, uma emergência, e o início do tratamento tem que ser imediato.