Brasil registra mais de 30 mil internações devido à intoxicação medicamentosa

interação medicamentosa
(Foto: Freepik)

O consumo de álcool, o calor e a agitação podem afetar o corpo de maneiras inesperadas, e alguns recorrem à automedicação para aliviar dores de cabeça, ressacas ou mal-estar. No entanto, esse hábito traz sérios riscos à saúde.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox/Fiocruz), o Brasil registra anualmente mais de 30 mil casos de internações devido à intoxicação medicamentosa, com cerca de 20 mil mortes associadas ao uso inadequado de medicamentos.

“A falta de orientação profissional pode levar ao uso de substâncias erradas ou a escolha de dosagens incorretas, agravando o quadro de saúde. Alguns medicamentos, se tomados sem a recomendação correta, podem causar reações alérgicas, interações medicamentosas ou toxicidade”, orienta Keitia Couto, farmacêutica de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Prati-Donaduzzi. Ela explica que o álcool pode potencializar os efeitos sedativos de certos medicamentos, como ansiolíticos, antidepressivos e analgésicos, resultando em sonolência excessiva, dificuldade de concentração e até problemas respiratórios.

“O consumo de álcool associado a medicamentos como o paracetamol sobrecarrega o fígado, o que pode causar danos hepáticos graves. Já os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno, também pode comprometer a função renal, uma vez que ambos afetam negativamente os rins. Além disso, uma preocupação importante é a interação entre o álcool e medicamentos utilizados no controle da pressão arterial e diabetes, o que pode interferir na eficácia desses tratamentos, causando descontrole nos quadros clínicos”, enfatiza.

E agora, quando devo procurar um médico?

Caso apresente qualquer sintoma adverso após o uso inadequado de medicamentos, é essencial procurar atendimento médico, especialmente se houver sinais como reações alérgicas, sintomas gastrointestinais, confusão mental, hemorragia, dificuldade respiratória ou alterações no ritmo cardíaco. “O uso prolongado desses medicamentos sem a orientação de um profissional pode ser prejudicial, afetando órgãos como o estômago, fígado e rins. Além disso, é essencial seguir as dosagens recomendadas para evitar efeitos adversos, pois o uso excessivo pode ser tóxico, especialmente no caso de analgésicos como o paracetamol, que impactam diretamente o fígado”. Outro ponto importante é evitar o uso indiscriminado desses medicamentos para mascarar a dor, pois isso pode esconder lesões graves, retardando o tratamento adequado.

“Em caso de dor persistente ou intensa, é sempre melhor buscar atendimento médico. Por fim, vale destacar que alguns anti-inflamatórios podem interagir com outros medicamentos, como anticoagulantes, aumentando o risco de sangramentos, o que torna ainda mais essencial a cautela e a orientação profissional”, complementa Keitia.

Mesmo durante o Carnaval, por exemplo, os pacientes devem continuar utilizando os medicamentos de uso contínuo conforme a orientação médica, sem alterar doses ou suspender o tratamento. “É necessário que seja feito monitoramento constante da pressão arterial e dos níveis de glicose, já que isso é fundamental para garantir que ambos permaneçam dentro dos parâmetros recomendados. O consumo excessivo de álcool deve ser evitado, pois o álcool pode interferir no controle da pressão arterial e nos níveis de glicose. O ideal é seguir a recomendação médica, que pode indicar um consumo moderado ou até a abstenção”, alerta a farmacêutica Keitia.

*Informações Assessoria de Imprensa