Um estudo conduzido no InCor – Instituto do Coração HCFMUSP, e publicado na Interdisciplinary Cardiovascular and Thoracic Surgery através da Oxford Academic, em março de 2024, revelou resultados promissores na correção minimamente invasiva do pectus excavatum. A pesquisa, intitulada “Comparação Randomizada de Estabilizadores Oblíquos e Perpendiculares para Reparo Minimamente Invasivo de Pectus Excavatum“[i], marca um avanço significativo no tratamento dessa deformidade da parede torácica.
O pectus excavatum, uma condição que afeta aproximadamente 1,2% da população, é caracterizado pelo afundamento do osso esterno e cartilagens, podendo levar a sintomas cardiorrespiratórios e impactando a qualidade de vida dos pacientes. Diante da falta de evidências científicas sobre a eficácia de métodos não invasivos, a intervenção cirúrgica passa a ser a única opção viável.
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Atualmente, a cirurgia mais comum para corrigir o pectus excavatum é chamada de reparo minimamente invasivo (MIRPE). Nesse procedimento, barras metálicas são colocadas sob o osso do peito e moldadas para corrigir a deformidade. Antes, essas barras eram feitas com materiais importados, o que aumentava o risco delas se moverem. O Dr. Miguel Tedde, cirurgião torácico do InCor, destaca que “apesar de ser considerado o método padrão, ainda existiam riscos de deslocamento das barras metálicas com possíveis graves consequências para o paciente”.
Para solucionar esse desafio, foram estabelecidos protocolos de pesquisa no Instituto do Coração, com o objetivo de desenvolver um novo conjunto de dispositivos para o MIRPE, priorizando a segurança do procedimento. Com a implantação do novo material em 50 cirurgias, durante a fase de desenvolvimento, o produto já está regularizado pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
A evolução do tratamento
Com esses avanços, pacientes que anteriormente só podiam ser tratados com cirurgia aberta agora têm a opção de correção por meio de procedimentos minimamente invasivos. Além da melhora na correção anatômica, os pacientes beneficiam-se de menor tempo de internação e recuperação mais rápida.
“O novo material reduz consideravelmente o risco de deslocamento das barras, tornando o tratamento mais seguro e eficaz”, esclarece o médico.
A parceria entre o InCor e a indústria médica nacional, apoiada pela Fapesp, possibilitou o desenvolvimento de um produto nacional capaz de substituir com vantagens os materiais importados. Essa pesquisa representa um avanço significativo no tratamento do pectus excavatum, oferecendo aos pacientes uma opção mais segura e eficaz, e demonstrando o potencial da colaboração entre instituições de excelência e a indústria nacional no desenvolvimento de soluções médicas inovadoras.
*Informações Assessoria de Imprensa