Atendimento odontológico de pacientes hemofílicos requer atenção especial

(Foto: Freepik)

O Dia Internacional da Hemofilia, celebrado no dia 17 de abril, foi criado com o objetivo de conscientizar a população sobre a condição, uma doença hereditária ligada ao cromossomo X, que provoca nos pacientes hemorragia (sangramentos) devido à deficiência nos fatores VIII (hemofilia A) e IX (hemofilia B) da coagulação sanguínea.

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A doença se manifesta quase que exclusivamente em homens por eles apresentarem somente um cromossomo X. A apresentação clínica das hemofilias A e B é semelhante. Sangramentos podem ocorrer de diversas formas e em vários órgãos, e podem surgir de forma espontânea ou por trauma.

De acordo com dados da Federação Mundial de Hemofilia divulgados pelo Ministério da Saúde, o Brasil tem a quarta maior população de pacientes com hemofilia do mundo, com cerca de 13 mil pessoas.

Em função de uma das características particulares da doença (a hemorragia excessiva), quando o assunto se refere a tratamento médico e, também, odontológico, deve ser dispensada uma atenção maior.

O Cirurgião-Dentista e presidente da Câmara Técnica de Estomatologia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Fabio de Abreu Alves, explica que o atendimento odontológico de pacientes com hemofilia requer cuidados especiais – e o médico do paciente deve estar ciente do tratamento odontológico proposto.

“A manipulação da boca deve ser cuidadosa para minimizar traumas. Aspirações, moldagens e outros atendimentos podem gerar trauma e causar sangramentos de difícil controle”, afirma.

Fabio informa que muitas dúvidas podem ser sanadas consultando o Manual de Atendimento Odontológico a Pacientes Portadores de Coagulopatias Hereditárias, do Ministério da Saúde, divulgado em 2015.

Anamnese e atenção especial

A anamnese (entrevista feita entre o profissional de saúde e o paciente) é um fator importante no atendimento odontológico destinado a qualquer pessoa. Contudo, no caso de pacientes que porventura sejam hemofílicos sem ainda saber dessa condição, essa investigação pode fazer toda a diferença.

De acordo com Fabio, durante a anamnese o cirurgião-dentista pode suspeitar que o paciente tenha hemofilia. Segundo ele, a história de

sangramentos demorados durante esfoliação dos dentes decíduos, manchas arroxeadas (hematomas) no corpo causadas por mínimo trauma ou até mesmo sem história de trauma e inchaço das articulações (principalmente dos joelhos) são sinais que podem caracterizar a doença.

Quando existe a suspeita de hemofilia, o cirurgião-dentista deve orientar o paciente de forma que ele busque atendimento médico para possível diagnóstico. Já em relação a possíveis procedimentos cirúrgicos, o especialista esclarece que, quando necessário, devem ser executados por cirurgiões-dentistas especializados.

*Informações Assessoria de Imprensa