Uma nova cepa do coronavírus chegou para “abalar” o final de 2021, em um momento em que a pandemia de Covid-19 parecia controlada. A variante Ômicron fez com que, por exemplo, o Estado de São Paulo repensasse a liberação das máscaras em espaços ao ar livre. O mesmo vem acontecendo com as festividades de Ano Novo: Rio de Janeiro e a maior parte das capitais brasileiras já decidiram pela suspensão dos eventos, para evitar grandes aglomerações. Mas até que ponto a variante Ômicron pode preocupar?
O médico infectologista pediátrico do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR), Victor Horácio Costa Junior, afirma que a variante Ômicron pode preocupar por vários motivos. Um deles é o fato de ser uma cepa bastante transmissível, além de ainda estarem em andamento os estudos que vão revelar quais as manifestações clínicas da nova cepa. “E ainda há a preocupação da indústria farmacêutica sobre a possibilidade de a vacina não ser tão eficaz para essa nova cepa, já que ela tem mais de 50 mutações”, indica.
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A Agência de Segurança e Saúde do Reino Unido divulgou informações preliminares sugerindo que haveria “escape da vacina” diante da variante Ômicron, mas sem a provocação de casos graves. Foi realizado um levantamento com um grupo de 22 pessoas que permitiu a divulgação deste estágio inicial. Os laboratórios que desenvolveram vacinas contra o coronavírus indicam que seriam necessários pelo menos três meses para as versões atualizadas dos imunizantes.
Enquanto isto, com os questionamentos sobre de que forma a variante Ômicron pode preocupar, Costa Junior destaca a importância da manutenção dos cuidados de prevenção e da vacinação. “Até lá, o que nos cabe: manter o isolamento individual, evitando aglomerações; continuar higienizando as mãos e o uso da máscara; e ficar atento ao calendário de vacinação”, aconselha.
Efeitos de como a variante Ômicron pode preocupar
Além do reforço da máscara e a suspensão de eventos de Ano Novo, já existem debates sobre a realização do Carnaval de 2022 diante do alerta gerado pela nova cepa. O Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomendou a proibição tanto das festas de Réveillon e quanto de Carnaval na região. O grupo alega que esses eventos podem gerar aglomerações, o que intensificariam a transmissão e a possibilidade de uma nova onda de Covid-19.
O comitê ainda traz que prefeituras e estados devem intensificar a busca ativa pelas pessoas que ainda não completaram o esquema vacinal, além da manutenção do uso da máscara e a sugestão da adoção do passaporte sanitário ou “passaporte da vacina”. “Essas novas variantes podem não somente ser mais transmissíveis e mais patogênicas como também evadirem da imunidade produzida pelas vacinas. Não por acaso que a identificação recente de uma nova variante na África do Sul, denominada Ômicron, esteja gerando tamanha tensão e expectativas entre políticos, gestores e especialistas”, indicou o boletim do Comitê Científico do Consórcio Nordeste.
Sobre o atual estágio brasileiro e o alerta da Ômicron, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comentou: “Hoje, temos uma situação sanitária bem mais equilibrada, mas lidamos com a imprevisibilidade biológica desse vírus, que sofre mutações. A vigilância em saúde está atenta e atuante pra que essas variantes sejam identificadas e pra que se avalie o potencial dessa variante complicar o cenário pandêmico”. Ele ressaltou que a principal resposta contra a variante Ômicron é a vacinação.
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