Com o surgimento de novas variantes do coronavírus, uma das preocupações é quanto à eficácia das atuais vacinas contra Covid-19 perante este fenômeno. A vacinação contra a doença está em andamento em várias partes do mundo, incluindo o Brasil, onde uma nova cepa foi identificada. Quem já tomou a dose quer saber se as vacinas protegem contra a nova variante do coronavírus. Aqueles que ainda aguardam a sua vez também querem a resposta.
No entanto, ainda não é possível afirmar se necessariamente uma vacina confere totalmente proteção contra as novas variantes do coronavírus ou se esses imunizantes perdem a sua eficácia neste contexto.
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Infectologista explica o surgimento de novas variantes do coronavírusAMP
O médico infectologista Bernardo Montesanti Machado de Almeida, que atua no serviço de epidemiologia do Hospital de Clínicas, vinculado à Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que o comportamento da vacina perante às novas variantes também deverá ser monitorado, a partir dos relatos de infecção de pessoas vacinadas e internadas devido à Covid-19, por exemplo. Será importante também verificar a proporção dessas ocorrências entre o universo de imunizados.
De acordo com o especialista, a maior parte dos estudos realizados até o momento com as vacinas contra Covid-19 não contemplou a “reação” do imunizante com as novas variantes, mas há indícios de perda de eficácia vacinal, principalmente com a identificada na África do Sul. “Neste sentido, há dados com a vacina da Jansen. A empresa teve a oportunidade de testar a eficácia da vacina com a nova variante porque a África do Sul era um dos centros de pesquisa para o imunizante”, conta.
Resultados na mesma direção foram obtidos com a vacina desenvolvida pela empresa norte-americana Novavax, conforme conta Almeida. “A boa notícia nesses casos é que ainda tem uma atividade da vacina. A eficácia foi mantida, mas menor do que a proteção conferida à cepa anterior. O que não invalida de forma alguma a política de vacinação em massa, que deve ser mantida”, salienta.
Ele esclarece que ainda não há informações sobre a relação das demais vacinas com essas variantes do coronavírus. “A variante britânica parece não sofrer influência (em relação à vacina). Mas não temos a informação sobre a variante brasileira. Mas, como ela possui as mesmas mutações da variante britânica e da sul-africana, poderá gerar perda de eficácia da vacina”, indica.
O médico infectologista lembra que as vacinas CoronaVac e de Oxford, as aplicadas no país, ainda não foram avaliadas para isso. “A CoronaVac talvez tenha uma capacidade de resposta melhor porque é feita de vírus inativado e isso gera uma resposta imune mais diversa, na comparação com outras vacinas, de outras tecnologias, que só produzem um antígeno. Mas isso ainda é campo das hipóteses”, enfatiza.
ATUALIZAÇÃO
Sobre este assunto, a Organização Mundial da Saúde divulgou no dia 9 de fevereiro dados sobre os comportamentos de algumas vacinas perante as variantes do coronavírus. Clique no link ao lado para saber mais: Variante do coronavírus encontrada no Brasil pode afetar vacinas, diz OMSAMP
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