O câncer de mama costuma afetar a vida das mulheres tanto fisicamente, com aspectos relacionados à sua imagem e também à sua sexualidade, como emocionalmente. Para ajudá-las a enfrentar o tratamento da doença, o acompanhamento psicológico é essencial. “O psicólogo ajuda a paciente a minimizar os distúrbios emocionais, como ansiedade e depressão, e na aceitação da doença”, explica a psicóloga Daniele Carnelossi Gutierrez.
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De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres, após o de pele não melanoma. A estimativa para 2022 é de mais de 66 mil mulheres diagnosticadas com câncer de mama no Brasil. Segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer (Ministério da Saúde), em 2020, foram mais de 18 mil mortes pela doença: 17.825 mulheres e 207 homens. “Para o sucesso de um tratamento é muito importante o diagnóstico precoce, as chances de cura são maiores quando um tratamento acontece nas fases iniciais da doença. E após a constatação, o psicólogo ajudará a paciente a encontrar meios para que ela possa conviver melhor com a doença para também alcançar melhores resultados”, considera a psicóloga.
Durante o tratamento, o medo da morte é um dos principais sentimentos levados pelas pacientes ao consultório da psicóloga, seguido do medo da infertilidade e a impossibilidade de continuar projetos de vida que estavam em andamento. “O medo é muito intenso também durante a quimioterapia, uma das etapas mais difíceis para a paciente, pois costuma ser muito dolorosa, afeta o organismo da paciente como um todo, gerando um mal-estar físico e também vulnerabilidade emocional. Nessa fase surgem vários anseios como o medo da perda dos cabelos, que gera um impacto muito destrutivo para sua autoestima”, explana Daniele.
Segundo a psicóloga, a cirurgia para retirada de mama é outro momento que gera tensão por parte da paciente e dos familiares. “Apesar de causar muita expectativa e ansiedade, nessa etapa há possibilidade de fazer a reconstrução imediata da mama no mesmo momento da cirurgia, isso diminui bastante o impacto emocional”, pondera.
O tratamento psicológico leva em consideração uma série de fatores como idade, momento de vida, expectativas e planejamento. O psicólogo vai ajudar na adaptação à nova realidade. “É muito comum nesse processo a negação da doença, tanto por parte da paciente como dos familiares. Com isso, o acompanhamento auxilia também os familiares, principalmente os mais próximos”, orienta.
O acompanhamento deve acontecer desde o primeiro momento, a partir do diagnóstico. “Levando em consideração a nossa realidade social, é importante que o oncologista observe e perceba as dificuldades emocionais da paciente e a encaminhe aos serviços de psicologia e psiquiatria, pois pode acontecer delas desenvolverem quadros depressivos e ainda se isolarem socialmente, o que pode prejudicar o seu tratamento”, alerta.
No processo terapêutico, a paciente é acolhida individualmente para o entendimento das suas emoções e da sua realidade. “São trabalhados os seus medos, anseios e angústias frente à doença e junto a tudo isso, também a aceitação da doença”, detalha e acrescenta: “Quando acontece a aceitação é bem possível que ocorra também melhorias na qualidade de vida dessa paciente”. Em um momento seguinte, a família é chamada para um trabalho conjunto com a paciente.
Além do diagnóstico precoce e do acompanhamento psicológico, Daniele lembra sobre a prevenção. “É muito importante que as mulheres façam o autoexame de forma regular independentemente da idade e solicitem junto ao médico ginecologista, exames de ultrassom e mamografia”, salienta.
*Informações Assessoria de Imprensa