Sempre que se fala em procedimento cirúrgico, seja de grande porte até o mais simples, a primeira coisa que vem à cabeça de muitas pessoas é: como será a anestesia? Um estudo realizado pela Sociedade Americana de Anestesiologistas mostrou que cerca de 75% dos pacientes têm medo da anestesia e que 25% adiam uma cirurgia por medo de sofrer algum dano em decorrência do procedimento anestésico.
“Quando falamos de procedimentos eletivos, muitos pacientes desistem por causa do medo da anestesia. Por isso é tão importante a avaliação pré-anestésica, para que possamos conversar com o paciente e tentar tirar esse medo dele, explicar e até escolher junto a anestesia que vai ser realizada”, revela o diretor de Relações Internacionais da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, Luiz Fernando Falcão. Ele ainda pondera que não é comum que o paciente desista da cirurgia, por mais que ele tenha medo. “Nesses casos, ele confessa que está com receio e a gente explica todo o processo com calma até que ele possa se sentir seguro. O paciente precisa entender que o anestesiologista está ali ao lado dele para garantir a sua segurança e que tudo ocorrerá bem”, diz.
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Na verdade, o que nem todo mundo sabe é que o trabalho do anestesiologista começa muito antes da entrada no centro cirúrgico. Todo paciente que vai ser submetido a uma cirurgia precisa passar por uma avaliação pré-anestésica para que o profissional possa programar a anestesia e também explicar o passo-a-passo do procedimento. “Às vezes ele precisa fazer alguma preparação especial, então a gente já começa esse acompanhamento no período que antecede a cirurgia e fica durante o procedimento e após”, explica Dr. Falcão. Ele também ressalta que todos esses momentos exigem cuidado. É o chamado ‘perioperatório’.
Antes do procedimento cirúrgico é feita a avaliação pré-anestésica e, nesse processo, é avaliado se o paciente tem alguma alergia, alguma comorbidade, se faz uso de alguma medicação. A partir daí, ele é preparado para a cirurgia. Em alguns casos é preciso suspender o uso de alguma medicação que já vinha sendo utilizada ou iniciar uma nova. Esse também é o momento em que o profissional explica o passo-a-passo da anestesia para que o paciente fique tranquilo, tenha confiança. É apresentada a estratégia anestésica e, após, o médico é autorizado a fazer a anestesia planejada.
“No intraoperatório, eu gosto da frase que diz que o ‘anestesista é o seu anjo da guarda enquanto você dorme’. Isso significa que, enquanto o paciente está dormindo, o anestesiologista fica ao lado do paciente para garantir que ele não sinta dor, que ele permaneça anestesiado durante o procedimento, e que ele não se mexa, porque cirurgia necessita de imobilidade. Nós monitorizamos o paciente e vamos acompanhando sua frequência cardíaca e respiratória, a oxigenação no sangue, a pressão arterial. Existem outros aparelhos que auxiliam, como o monitor da hipnose. Então, por meio de diversos medicamentos, a gente vai mantendo esses pilares para que o paciente não sinta dor, não acorde e não se mexa”, diz Falcão.
Tudo isso faz com que seja programado o pós-operatório para que o paciente não sinta nenhuma dor ao acordar, não se lembre do ato cirúrgico, não tenha náusea e vômito ou nenhum outro tipo de desconforto e possa seguir com a recuperação dele.
Cada anestesia é feita para uma condição específica e para um paciente específico. Hoje, basicamente, ela se divide em três grandes áreas, que é a sedação, a anestesia regional, que pode ser do neuro-eixo (a raquianestesia ou a peridural) ou a regional periférica, onde é anestesiado um local específico, como braço, uma perna. Outro grande grupo é o da anestesia geral, que pode ser combinada com a anestesia regional.
O profissional capacitado para aplicar anestesia em um paciente deve ser formado em Medicina e ter especialização em Anestesiologia. Apesar das técnicas hoje em dia serem altamente modernas, o anestesiologista é o profissional capacitado para reduzir riscos e acidentes durante o procedimento. Somente no Brasil, são 25 mil profissionais especializados, sendo 13 mil associados a Sociedade Brasileira de Anestesiologia. O sócio da SBA tem acesso a um enorme acervo educacional que contribuem para tratar a contínua atualização e, consequentemente, melhor atendimento aos seus pacientes.
A Sociedade Brasileira de Anestesiologia tem quatro grandes pilares: formar, educar, certificar e representar. O médico que é associado à SBA, recebe um reconhecimento de classe, onde toda a Sociedade batalha pela melhoria das condições profissionais, para que se possa sempre levar mais segurança para os pacientes. “A gente também oferece um extenso programa de educação continuada, onde o anestesiologista associado à SBA tem acesso a material, por meio do qual ele se mantém atualizado. A SBA também tem certificações, como título superior de anestesiologia, como título de especialista e, por meio disso, o médico mostra sua capacitação profissional”, finaliza.
*Informações Assessoria de Imprensa