A complexidade das atividades desenvolvidas pelo enfermeiro em saúde da família

    Palavras-chave: saúde da família; assistencia gestão em saúde; gestão de recursos; saúde da família; home care

     

    O enfermeiro assume um papel cada vez mais decisivo e pró-ativo no que tange os atendimentos de daúde propriamente dito, utilizando como ferramenta de estratégia de reformulação do modelo brasileiro de atenção à saúde, buscando o fortalecimento dos princípios e diretrizes do Sistema Unico de Saúde (SUS), para atender a demanda brasileira.

    Com a capacidade de entender o ser humano como um todo, possuindo habilidade interativa e associativa para acolher e identificar as necessidades permanentes e transitorias do paciente.

     Peduzzi (1998) diz respeito diz respeito à produção do conhecimento gerado durante a coleta de dados e dimencionamento regionalizado dos dados obtidos, como fonte de contribuição em caráter epistemológico, social e demográfico. Com isso, a compreenção e o trabalho em conjunto com a equipe multidiciplinar, o enfermeiro, possui elementos chave, para a elaboração de metodos de prevenção e promoção em saúde, trazendo a intersetorialidade como parceira nos processos de resolução dos problemas de saúde.

    Como prática rotineira na Estratégia de Saúde da Família (ESF), as visitas domiciliares são uma das principais diretrizes da estratégia, seja pelas possibilidades de entrar no ambiente familiar e conhecer melhor essa realidade, seja porque uma série de pacientes antes “esquecidos” pelo sistema de saúde devido às suas impossibilidades de locomoção, usuários com transtornos mentais que se recusam a deixar o domicílio, dentre outros casos, hoje podem ter contemplado seu direito ao cuidado e ao atendimento (Cunha & Sá, 2013).

    O Ministério da Saúde apresenta a atenção domiciliar (AD) como uma ferramenta à assistência em saúde, ofertada na moradia do usuário, a partir de um conjunto de ações voltadas à promoção da saúde, bem como à prevenção, tratamento de doenças e reabilitação, garantindo a continuidade do cuidado, articulada com a Rede de Atenção à Saúde (RAS) (Franco & Merhy, 2008).

    O modelo de cuidado é traçado para atender a necessidade e particularidades individuais do paciente. Para pacientes estáveis e com necessidade menor de número de visitas, a assistência pode ser realizada por equipes de saúde da família/atenção básica de sua referência. Aqueles que demandam maior complexidade no cuidado são assistidos pelas equipes multiprofissionais de atenção domiciliar (EMAD) e equipe multiprofissional de apoio (EMAP), do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) (Franco & Merhy, 2008).

    Acrescentar ‘as agulhas e linhas’ ao arsenal já conhecido como ‘termômetros e aparelhos de pressão’ e, considerar a forma como o PSF em espaços específicos esta construindo este novo indivíduo (integralmente), pode ser um caminho para pensarmos na conquista deste desafio (…) de encontrar na teoria e na prática a totalidade fundamental do ser humano. (Teixeira, 2000, p.198)

     

    Tavolari et al., (2000) apontam a atenção domiciliar subdividida em assistência domiciliar, internação domiciliar e atendimento domiciliar, cada uma com sua particularidade. A assistência domiciliar refere-se a qualquer ação em saúde que se processe em domicílio do paciente assistido, sem levar em conta a sua complexidade ou o objetivo do atendimento, podendo representar uma simples orientação ou até mesmo uma medida de suporte ventilatório invasivo domiciliar.

    Assistência e internação domiciliares referem-se aos procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social, entre outros,

    necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio, como disposto na lei n.º 10.424 (Tavolari et al., 2000).

    O Ministério da Saúde (2012) informa em seu portal que a atenção domiciliar fornece ao paciente um cuidado flexibilizado, levando em consideração os aspectos referentes à estrutura familiar, à infraestrutura do domicílio e à estrutura oferecida pelos serviços para essa modalidade de assistência, de modo a impedir hospitalizações desnecessárias e diminuir o risco de infecções desses indivíduos. Contribui ainda com a otimização da gestão dos leitos hospitalares e o uso dos recursos, assim como diminui a superlotação de serviços de urgência e emergência.

    Para a vigilância epidemiológica, podemos contar com uma estrutura que propõem-se de informações correspondentes a necessidade da população, com base na cadeia de suprimentos, podemos direcionar o fluxo operacional das atividades desenvolvidas na saúde da família.

     

    Figura 1: Fluxo de informação do Sinan.

    (Ministério da Saúde – Secretaria de Vigilância em Saúde- 2015).

     

    O programa SINAN Relatórios foi desenvolvido para que os profissionais seguimentados no programa,  possam emitir relatórios em sistema e com isso gerar indicadores do Pacto pela Saúde que têm como fonte de dados o sistema SINAN.

    Independentemente das suas condições econômicas, culturais ou sociais o enfermeiro consegue dimencionar e gerenciar toda a cadeia de atendimento, estabelecendo canais de comunicação com os familiares, contribuindo com estratégias mais eficazes e resolutivas no atendimento.

    REFERÊNCIAS

    Cunha, M. S. Da, & Sá, M. De C. (2013). A visita domiciliar na Estratégia de Saúde da Família: Os desafios de se mover no território. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, 17(44), 61–73.

    Peduzzi, M. Equipe multiprofissional de saúde: a interface entre trabalho e interação. Campinas, 1998. 254p. Tese (Doutorado) – Faculdade de Ciências Médicas, UNICAMP.        

    Franco, T. B., & Merhy, E. E. (2008). Atenção domiciliar na saúde suplementar: Dispositivo da reestruturação produtiva. Ciência & Saúde Coletiva, 13, 1511–1520. https://doi.org/10.1590/S1413-81232008000500016

    Teixeira, R.A., Mishima, S.M., pereira, m.j.b. O trabalho de enfermagem em atenção primária à saúde – a assistência à saúde da família. Rev. Bras. Enf., v.53, nº 2, p. 193-204, 2000.  

    Tavolari, C. E. L., Fernandes, F., & Medina, P. (2000). O desenvolvimento do “Home Health Care” no Brasil. Revista de administração em saúde, 3(9).