Um artigo publicado no International Journal of Spine Surgery, em 2022, com o título Full Endoscopic Thoracic Discectomy: Is the Interlaminar Approach an Alternative to the Transforaminal Approach? (Discectomia torácica endoscópica completa: a abordagem interlaminar é uma alternativa à abordagem transforaminal?), revela o resultado de um trabalho desenvolvido por pesquisadores brasileiros sobre a possibilidade de tratamento de hérnias de disco a partir da implementação de duas técnicas: a transforaminal e a interlaminar.
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O estudo descreve duas técnicas endoscópicas e analisa os resultados em pacientes com hérnia de disco sintomática na coluna torácica. Conclui-se que tanto a abordagem transforaminal quanto a interlaminar são alternativas seguras, eficientes e minimamente invasivas e devem ser consideradas nas cirurgias de hérnia de disco e no tratamento de doenças da coluna torácica.
Marcelo Amato, neurocirurgião e um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, explica que a técnica transforaminal é mais conhecida, apesar de ser um tratamento recente para as hérnias de disco torácicas e chama atenção para a técnica interlaminar, que apesar de pouco divulgada, apresenta resultados igualmente positivos no tratamento. “O objetivo do trabalho foi justamente divulgar essa técnica (interlaminar) para muitos cirurgiões que não conhecem essa possibilidade”, afirma.
Desafio
As hérnias de disco torácicas são um desafio para os especialistas, principalmente, quando há necessidade de cirurgia. Muitos pacientes ficam sem tratamento ou são submetidos a cirurgias muito agressivas, uma vez que a coluna torácica, diferentemente das regiões cervical e lombar, é de difícil acesso.
Sintomas decorrentes de dano à medula torácica podem ser tão graves quanto a perda da função neurológica dos membros inferiores, ocasionado formigamentos, dormências e perda de força, chegando até à paraplegia.
A discectomia endoscópica torácica é uma alternativa minimamente invasiva para o tratamento de muitas hérnias e estenose da coluna torácica. Por meio de uma pequena incisão – aproximadamente 8 milímetros – e o uso de equipamentos especiais, os médicos conseguem visualizar as regiões afetadas da coluna e realizar descompressão da medula e das raízes torácicas.
Nestes casos, várias abordagens podem ser utilizadas em cirurgias de descompressão na coluna torácica. Para reduzir o risco de danos à medula espinhal em decorrência do procedimento cirúrgico, assim como eventuais complicações, a escolha da técnica deve levar em consideração a localização anatômica do material herniado, as condições de saúde do paciente e a experiência do cirurgião.
Há um movimento crescente entre os especialistas para alcançar resultados adequados e menos complicações com alternativas minimamente invasivas para todos os procedimentos de coluna.
*Informações Assessoria de Imprensa