Com uma taxa de 94% de profissionais formados empregados, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), convém afirmar que o setor farmacêutico se encontra em um momento estável e próspero. Apenas no ano passado, o setor movimentou mais de R$ 100 bilhões, segundo pesquisa da consultoria IQVIA com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Essa expressiva movimentação financeira destaca a importância econômica do setor e evidencia a necessidade de equipes altamente qualificadas para enfrentar seus desafios e oportunidades. Mirella Franco, empreendedora e especialista em processos industriais farmacêuticos, defende que os profissionais do meio precisam desenvolver um conjunto específico de habilidades para se destacar neste cenário.
“É essencial ter conhecimento técnico aprofundado na área de especialização escolhida, se manter antenado às tendências e tecnologias e também desenvolver habilidades de comunicação assertiva para um bom trabalho em equipe”, pondera Mirella.
A respeito da qualificação educacional, a especialista menciona que, para cargos que demandam habilidades técnicas específicas, como pesquisa e desenvolvimento, produção e controle de qualidade, uma formação em ciências farmacêuticas, química, biologia ou campos correlatos é geralmente requerida, sendo a graduação a qualificação mínima necessária para ingressar nesse setor.
Contudo, em funções relacionadas a marketing, vendas, liderança, gestão, regulação e compliance, as empresas frequentemente preferem candidatos com pós-graduação ou cursos de especialização específicos, evidenciando um conhecimento mais aprofundado e habilidades técnicas avançadas, atributos altamente valorizados no setor farmacêutico.
No entanto, independente da área de atuação, a especialista lista as skills que mais acredita serem necessárias para os seus colegas da área farmacêutica, como a ética, gestão de pessoas, a inovação contínua e o trabalho em equipe. Confira:
A qualidade dos produtos farmacêuticos é uma das principais responsabilidades da área. Os profissionais devem buscar conhecimento técnico aprofundado em gestão de qualidade e conformidade com as Boas Práticas de Fabricação (BPF), conjunto de normas que estabelecem os requisitos mínimos para desenvolvimento e comercialização dos produtos farmacêuticos.
“As normas padronizam desde a fase de pesquisa e desenvolvimento até a distribuição. Logo, a gestão de qualidade é pilar fundamental para a eficácia e a segurança dos produtos que chegam aos consumidores, e esse conhecimento técnico é muito necessário e procurado pelas empresas”, detalha Mirella. O mesmo vale para as demais regulamentações e leis vigentes no segmento.
Dentro deste tópico, cabe às empresas implementar programas e comitês de compliance e ética, não apenas para assegurar a integridade e reputação da companhia, mas também promover a confiança dos stakeholders, incluindo pacientes, profissionais de saúde e órgãos reguladores.
À medida que os profissionais avançam em suas carreiras, sentem naturalmente a necessidade de habilidades de liderança e gestão de pessoas. A capacidade de motivar, desenvolver talentos e criar um ambiente de trabalho produtivo contribui significativamente com o sucesso organizacional, uma vez que os projetos farmacêuticos contam com diversas etapas e, logo, demandam líderes capacitados para lidar com equipes multifuncionais.
“A área de gerenciamento de pessoas vai além de supervisionar projetos e é também estratégica no desenvolvimento de talentos. Líderes que sabem proporcionar ambientes eficientes, promovem a colaboração e conseguem enxergar as singularidades de cada um não são apenas desejáveis, mas essenciais”, aponta a especialista, cuja ascensão ao primeiro cargo de liderança ocorreu aos 22 anos.
Colaboradores que buscam constantemente melhorar processos, adotar novas tecnologias e introduzir ideias inovadoras contribuem para o progresso e a competitividade de qualquer organização do setor, uma vez que ele está em evolução e exige novas abordagens.
Pautando a tecnologia na produção farmacêutica, a inteligência artificial e aprendizado de máquina podem automatizar processos, aumentar a eficiência e reduzir custos. Profissionais da área devem estar atualizados e dispostos a incorporar essas inovações em suas práticas diárias.
Colaboração eficaz em equipes multidisciplinares é o que garante o sucesso da área farmacêutica. Trabalhar as habilidades interpessoais, comunicação eficaz e capacidade de contribuir com as metas compartilhadas são cruciais para os bons resultados do time.
Os projetos farmacêuticos passam por diversos especialistas, desde engenheiros, cientistas e pesquisadores até a equipe de marketing. Mirella aponta a comunicação e habilidade de resolução de conflitos como fatores importantes de um bom trabalho em equipe.
“Desenvolver as relações interpessoais ajuda a fortalecer os laços e a confiança entre os membros da equipe. A comunicação assertiva, clara e coesa, junto da habilidade desafiadora de ter um olhar macro e trabalhar para a resolução de possíveis conflitos, são importantes skills buscadas pelos recrutadores”.
*Informações Assessoria de Imprensa
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