Setor de saúde é o segundo mais ativo em fusões no Brasil, com 1 negócio a cada 9 dias

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2025-06-13 | 13:00h
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2025-06-13 | 17:34h
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Saúde Debate
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(Foto: wavebreakmedia_micro/Freepik)

Em meio a incertezas econômicas, pressões regulatórias e um cenário global de juros instáveis, o mercado de Fusões e Aquisições (M&A) na saúde não apenas resiste, mas evolui. Movimentado por grandes redes hospitalares, operadoras, laboratórios e farmacêuticas, o segmento acelera sua transformação por meio da consolidação, da diversificação e de uma corrida por escala e eficiência.

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Segundo dados da PitchBook, o primeiro trimestre de 2025 apresentou uma desaceleração no número de transações de M&A, reflexo natural de um ambiente global mais cauteloso. Ainda assim, o setor de saúde se manteve como um dos protagonistas desse cenário, respondendo por 8% do volume global de fusões e aquisições e por 10,7% do valor total movimentado, o equivalente a US$ 112,6 bilhões.

Entre 2003 e 2023, o setor de saúde no Brasil registrou 817 transações de M&A, posicionando-se entre os dez segmentos mais ativos no país, é o que mostra o levantamentos realizados pela KPMG. Segundo estudos do setor, nos últimos anos, aproximadamente 500 dessas transações geraram um faturamento conjunto de quase R$ 90 bilhões. Essas operações foram lideradas por grupos como Rede D’Or, Intermédica, Dasa, DaVita, Hapvida, Fleury, Oncoclínicas, Sabin, Viveo e Hermes Pardini. A pesquisa “Fusões e Aquisições 2023 – 4º trimestre”, conduzida pela KPMG, apresenta um ranking setorial acumulado de transações por setor desde 2004. Assim, o setor de saúde tem se mantido entre os mais dinâmicos no mercado de fusões e aquisições no Brasil, com uma média de 1 transação a cada 9 dias. Em momentos específicos, como em 2021, chegou a ocupar o segundo lugar em volume de negócios.

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Assim, o setor de saúde tem se mantido entre os mais ativos no mercado de fusões e aquisições no Brasil, com uma média de 1 transação a cada 9 dias. Em momentos específicos, como em 2021, chegou a ocupar o segundo lugar em volume de negócios.

De acordo com levantamento da Bain & Company, só em 2023, 70% das transações no setor de saúde envolveram prestadores de serviços assistenciais, com foco na ampliação da base de atendimento. A tendência para os próximos anos aponta para uma movimentação cada vez mais estratégica, voltada também à entrada em novos elos da cadeia e a modelos de atendimento mais integrados e digitais.

Entre os movimentos mais relevantes, está a fusão das operações hospitalares da Diagnósticos da América (Dasa) e da Amil, criando uma joint venture com receita próxima de R$ 10 bilhões. Outro destaque foi a proposta da EMS para fusão com a Hypera, mirando a liderança absoluta na produção de medicamentos no país.

Para o sócio da Zaxo M&A Partners, boutique de M&A (Mergers and Acquisitions) especializada em assessorar investidores e empresas em processos de Fusões e Aquisições, Leonardo Grisotto, o setor de saúde tem características únicas que favorecem esse dinamismo. “Empresas com boa governança, tecnologia embarcada e visão de longo prazo se destacam. A antecipação de movimentos do mercado, especialmente em saúde, onde há pressão constante por escala e qualidade, pode ser decisiva”, afirma.

Já o sócio-fundador da Zaxo, Jefferson Nesello, ressalta que momentos de incerteza podem se tornar verdadeiras alavancas de crescimento para investidores preparados. “A saúde é essencial e resiliente. Em tempos de instabilidade, o Brasil se torna ainda mais estratégico. Quem sabe analisar bem os ativos consegue capturar valor futuro em operações que, à primeira vista, pareceriam arriscadas, conseguindo transformar esses momentos em oportunidades, especialmente em setores altamente competitivos”, avalia.

Um estudo da própria Zaxo, liderado pelo Senior Associate Ronaldo Rodrigues, analisou mais de 20 mil transações de M&A em 18 países, entre 1990 e 2023. A conclusão é de que a incerteza econômica pode reduzir em até 6,7% o valor de aquisição de uma empresa. No entanto, quando a companhia-alvo apresenta alto potencial de crescimento, com escalabilidade, inovação e diferenciais operacionais, essa perda é mitigada para cerca de 1%.

“Na saúde, isso é muito relevante. Negócios com modelos replicáveis, por exemplo, ou healthtechs que trazem soluções para redução de custo assistencial atraem múltiplos mais altos, mesmo em cenários adversos. O que parece risco para alguns pode ser uma vantagem competitiva para quem sabe o que está comprando”, explica Rodrigues.

Segundo ele, para cada 1% de incremento nas chamadas “opções de crescimento” da empresa-alvo, o valor do negócio pode subir até 16%. “Isso mostra como uma análise bem-feita é capaz de transformar incerteza em retorno real para o investidor”, completa.

A expectativa é que o ciclo positivo continue, e o setor deve continuar crescendo em 2025, impulsionado por lacunas nos portfólios, desafios logísticos e revisões regulatórias.

A Zaxo, por sua vez, fechou um recorde de deals em 2024 e projeta superar R$ 600 milhões em valores transacionados em 2025, consolidando-se como uma das principais assessorias do país em M&As no setor de saúde.

“Se há uma lição que aprendemos com o mercado global de M&A ao longo das últimas três décadas, é que a resiliência e a adaptabilidade são os maiores ativos. E, no Brasil, essas qualidades são essenciais para transformar o que muitos veem como risco em vantagem competitiva”, conclui Ronaldo Rodrigues.

*Informações Assessoria de Imprensa

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