Os brasileiros estão percebendo a necessidade do país produzir seus medicamentos. É o que aponta a pesquisa inédita aplicada pela IQVIA Consumer Health, empresa multinacional especializada no comportamento do consumidor da saúde. Foram consultadas mil pessoas, nas cinco regiões, e o resultado revelou que mais de 90% dos entrevistados veem a importância de fabricar fármacos e IFAs no Brasil.
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Esta é a segunda pesquisa realizada especificamente para o setor farmoquímico, sendo a primeira divulgada em junho, a qual apontava que 81,6% dos entrevistados gostariam de conhecer a origem dos IFAs utilizados no Brasil. Marcelo Mansur, CEO da Nortec Química, maior fabricante de insumos farmacêuticos ativos (IFAs) da América Latina e responsável pela encomendada do estudo, comenta os dados e destaca a percepção dos brasileiros sobre a indústria nacional de medicamentos.
“Os resultados mostram que os entrevistados têm desenvolvido uma visão cada vez mais sólida sobre a necessidade da indústria nacional de saúde ser mais fortalecida. Passamos por crises sanitárias recentes e sofremos com a falta de remédios e insumos durante este período. Priorizar a produção brasileira é também investir na segurança dos estoques, acessibilidade no Sistema Público de Saúde (SUS), distribuição, na estabilidade dos preços e na diminuição da dependência de produtos estrangeiros”, comenta Mansur.
O estudo também mostra que, na visão geral dos entrevistados, não há uma falta de remédios neste momento no país, no entanto, apontaram o preço como um fator de preocupação. Em uma escala de 0 a 10, sendo 0 muito barato e 10 muito caro, mais de 30% das pessoas avaliaram que os fármacos estão com valores mais elevados. A maior votação se concentrou na nota 10, com 33,3%. Em seguida, 10,9% deram nota 9 e 16,1% votaram 8.
“O preço é um tema complexo que possui variáveis que vão desde a logística, afetada pelos combustíveis e petróleo de maneira geral, até mesmo aos custos de fabricação e importação de insumos. Quando investimos em uma cadeia nacional de produção há também uma chance maior de diminuir ou estabilizar estes valores”, detalha Marcelo.
Atualmente o Brasil fabrica apenas 5% dos IFAs necessários para a produção de medicamentos, os outros 95%, vem de países como China e Índia, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi).
Essa desproporção fica clara no gasto de US$ 6,7 bilhões feitos pelo Brasil na aquisição de medicamentos e insumos, exceto veterinários, entre janeiro e novembro de 2023. No mesmo período, o país exportou apenas US$ 484 milhões. Os números são da Comex Stat, sistema para consultas e extração de dados do comércio exterior brasileiro.
“É um cenário de déficit grande entre importações e exportações, mas este contexto de dependência deve mudar em breve. Estamos otimistas com os investimentos e portarias anunciadas para o novo Complexo Econômico Industrial da Saúde, que priorizará a produção nacional de insumos, medicamentos e vacinas. A meta é que em 10 anos, essa diferença diminua em 70%”, finaliza o CEO.
*Informações Assessoria de Imprensa
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