Indicadores coletados pela CMB/Numb3rs* comprovam a relevância das entidades filantrópicas nos atendimentos à população mais vulnerável do país. Os hospitais do setor, em comparação aos públicos e privados, dominam os atendimentos de alta complexidade, como os que envolvem áreas de grandes demandas da saúde pública. Cardiologia, transplantes e oncologia estão entre as especialidades.
Dados da Numb3rs apontam que nos anos de 2022, 2023, até junho deste ano, os procedimentos relativos à saúde cardiovascular somaram 67,38%, com 274.396 atendimentos. Já nos hospitais públicos, as demandas de cardiologia totalizaram 20,44% no mesmo período, o que representa 90.197 procedimentos, enquanto nos hospitais privados, o percentual chegou a 11,61%, com 48.544 atendimentos na área.
Os transplantes também se enquadram no perfil de atendimentos em alta complexidade. Os de rim lideram as cirurgias realizadas nos hospitais filantrópicos, com cerca de 11 mil transplantes; seguidas por fígado, que chegam a 8 mil procedimentos; e medula óssea, com cerca de 7 mil transplantes, de 2022, 2023, até junho deste ano.
No mesmo período, as consultas médicas em atenção especializada na área de oncologia, nos três perfis de hospitais, totalizaram 3.674.458, sendo 2.345.151 (63,82%) realizadas pelas entidades filantrópicas. Nos hospitais públicos, o número chegou a 1.006.633 (27,40%) e nos privados a 322.674 (8,78%) de consultas oncológicas.
“O setor filantrópico é um pilar essencial e parceiro estratégico para a sustentabilidade e expansão dos atendimentos do SUS, que este ano completou 34 anos de existência. No Brasil, 1.814 Santas Casas e hospitais filantrópicos atendem à mais da metade da média e da alta complexidade do SUS”, afirma o presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), Mirocles Véras.
Em 2023, a importância da rede filantrópica se revelou em registros expressivos: as internações com perfil de alta complexidade realizadas pelo setor filantrópico somaram 61,33%. A rede pública foi responsável por 27,94% e, a rede privada, por 10,73%.
O SUS cobre, em média, 60% dos custos dos procedimentos realizados pelos hospitais filantrópicos. Em sua trajetória de mais de três décadas, enfrenta desafios significativos como os que se referem ao financiamento insuficiente; às demandas crescentes, diante do cenário com uma população brasileira envelhecendo e as doenças crônicas se tornarem mais prevalentes.
“Para cobrir o restante, muitas vezes, dependemos de doações, emendas parlamentares e empréstimos bancários, o que resulta dificuldades financeiras adicionais. Recentemente, conquistamos um avanço significativo com a sanção da lei nº 14.820/24, que garante a revisão anual dos valores de remuneração pelos serviços prestados ao SUS. É um passo importante para a sustentabilidade do setor”, destaca Véras.
*Os indicadores CMB/Numb3rs tem como base os dados obtidos dos sistemas SIASUS e SIHSUS do DataSUS.
*Informações Assessoria de Imprensa
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