O Hospital Geral Unimed (HGU) realizou, no dia 9 de agosto, mais um Implante de Válvula Aórtica Transcateter, conhecido como TAVI. Desta vez, a equipe liderada pelo cirurgião cardiovascular Marcelo Ferraz de Freitas também contou com a médica Magaly Arrais, que faz parte do corpo clínico do Hospital do Coração (HCor) e é considerada uma das principais referências em cirurgia cardiológica do país.
Realizado na unidade de Hemodinâmica, o procedimento é considerado menos invasivo por não ser necessário abrir o tórax do paciente e é indicado para pacientes que têm risco alto para a cirurgia convencional.
“A cirurgia aberta ainda é o padrão ouro de resultados de médio e longo prazo. Entretanto, esse grupo de pacientes mais idosos, ou com outras doenças associadas, o risco cirúrgico acaba sendo muito alto. Então, às vezes, o tratamento é mais agressivo do que a doença”.
As válvulas cardíacas são responsáveis por distribuir o fluxo sanguíneo que circula dentro do coração. Algumas doenças, como a estenose de válvula aórtica, que é o estreitamento da válvula, podem limitar ou comprometer a saúde.
Na TAVI, de forma geral, o acesso é feito pela artéria da perna do paciente, normalmente a artéria femoral. Então, é feita a dilatação da válvula aórtica que está estreitada, ou seja, dificultando a passagem de sangue. Imediatamente após, é implantada uma nova válvula.
Time do coração
Ao longo do tempo, a TAVI amadureceu por meio dos heart teams (times do coração, em tradução livre), grupo formado por médicos especialistas de diferentes áreas da cardiologia, como o cardiologista clínico, o cirurgião, o hemodinamicista e o ecocardiografista. Geralmente, são os mesmos profissionais que criam uma interrelação técnica para discutir casos complexos e indicar o tratamento mais seguro e eficaz para pacientes críticos.
O paciente que passou pela TAVI realizada no HGU na última semana tinha um grau de obstrução das artérias femorais que poderia dificultar o acesso para implantação da válvula. Quando isso acontece, é necessário o uso de uma via alternativa que, nesse caso, seria a carótida, artéria localizada no pescoço.
Todas essas condições foram mapeadas previamente pelo heart team, permitindo o desenho de um plano de cuidado mais amplo. Tendo em vista a possível necessidade de utilização de uma via de acesso alternativa, a equipe do HGU contou com o apoio de Magaly Arrais.
“Devido à carótida não ser uma via de acesso corriqueira, em nome da segurança do paciente, trouxemos a doutora Magaly, profissional conhecida em toda a cardiologia brasileira e uma das mais experiente hoje em vias alternativas”, comenta Freitas.
A médica explica que o avanço desse tipo de procedimento beneficia um grupo de pacientes que tende a crescer nas próximas décadas.
“A literatura demonstra que, antes de existir a TAVI, cerca de 30 a 40% desses pacientes não eram submetidos a nenhum tratamento, nem cirúrgico, nem de intervenção, e morriam por não ter a chance de um tratamento efetivo. Com o envelhecimento da população, com a tendência de inversão da pirâmide etária no país, a gente vai ter cada vez mais pacientes desse grupo. E oferecer um procedimento efetivo, menos invasivo, que pode ser feito com menor risco, um é uma vantagem para esses pacientes”.
Inovação e segurança
A TAVI tem indicações específicas e exige cautela na hora de analisar os critérios para tornar um paciente elegível a ser submetido a ela, especialmente porque não são todos que atingem uma faixa etária elevada com funções orgânicas e mentais preservadas para poder passar por esse tipo de intervenção. Devido a isso, torna-se um procedimento feito em menor volume pelos hospitais.
Segundo Freitas, os primeiros materiais que surgiram no mercado não eram refinados suficientemente para assegurar que o melhor cuidado estava sendo entregue ao paciente. Ele afirma que, atualmente, o HGU desfruta da maturidade em realização de TAVIs.
“O aperfeiçoamento da tecnologia vem se desenvolvendo de forma dramática, especialmente nos últimos cinco anos, e hoje contamos com materiais de alta qualidade, com menores riscos de complicações associadas. E foi justamente quando a gente percebeu a escalada de realização desse procedimento. Hoje, o HGU é o centro de referência em realização de TAVI em Ponta Grossa e nos Campos Gerais pelo conjunto de recursos: físicos, materiais, de equipe e de equipamentos”.
Outro ponto destacado pelo cirurgião foi a otimização de recursos, que impactam no crescimento dos implantes. Se antes o paciente precisava se deslocar aos grandes centros para obter esse tipo de tratamento, hoje a tecnologia já se tornou itinerante.
“Antigamente, os equipamentos eram enormes. Agora, muitas coisas de que a gente precisa estão reduzidas a um computador. Há equipamentos que nenhum hospital dispõe deles alocados na estrutura física, porque são para procedimentos que não são feitos diariamente. A tecnologia encolheu em tamanho, ficou mais prático, logico e seguro trazê-la ao paciente”, analisa Freitas.
Na visão de Magaly, a ampliação da oferta dessas cirurgias beneficia pacientes, instituições e a própria saúde local. “A estrutura que encontrei aqui é excelente. Não tem diferença entre os grandes centros e isso é algo muito bom, democratiza a medicina. Cidades que tenham um hospital como este, com uma estrutura como essa, com profissionais capacitados e habilitados, com o heart team bem treinado, com toda uma equipe de suporte disponível, pode atender esse grupo de pacientes e fazer esse tipo de procedimento com sucesso”, ressalta.
A equipe que realizou o procedimento foi composta pelos profissionais: Marcelo Ferraz de Freitas (cirurgião cardiovascular); Magaly Arrais (cirurgiã cardiovascular híbrida); Liliana Pilatti (hemodinamicista); Oaidia Serman (cirurgiã cardíaca); Nickolas Nadal (cardiologista ecotranstorácico); Deyvid Santos da Cruz (anestesiologista); Camila Sieklicki (enfermeira); Gislaine Pedrozo (técnica de enfermagem); e Leila Oliveira (técnica de enfermagem).
*Informações Assessoria de Imprensa
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