Healthtech reduz turnover de profissionais de TI pela metade

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(Foto: Racool_studio/Freepik)

A Conexa, maior player de saúde digital da América Latina, reduziu em mais da metade o turnover dos profissionais de tecnologia da informação (TI) na companhia de janeiro a outubro deste ano, passando de 5,4% de rotatividade para 2,2%. Percebendo as particularidades da profissão e tendo em vista a crise de contratações que o mercado enfrenta nessa área, a estratégia englobou desde pesquisa interna sistematizada a reformulação de todo o processo de recrutamento de profissionais da área. Como resultado, também foram preenchidas nove vagas de especialistas em dois meses; antes a média era uma vaga a cada 30 dias.  

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Segundo o último levantamento da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), realizado em 2021, houve uma alta de 300% na oferta de postos de trabalho nesse ano, totalizando 52 mil novas oportunidades no Brasil. Esse “boom” gerou uma bolha no setor, sendo necessária a contratação de cerca de 70 mil profissionais por ano até 2024. De acordo com Daniel Vieira, CTO da Conexa, esse contexto desencadeou um grande desequilíbrio entre oferta e demanda, já que não há tantos profissionais especializados disponíveis, impactando na dificuldade de retenção de talentos e contratações para todo o mercado, incluindo a própria companhia.  

Com o objetivo de sanar o problema, a área de gente e cultura da Conexa uniu esforços com a de tecnologia para elaborar um plano de ação robusto, desde junho deste ano. A primeira fase contemplou a realização de uma pesquisa anônima interna para identificar o que os profissionais de TI consideravam importante para permanecer na equipe. Foi realizada, ainda, uma pesquisa de mercado com foco nos diferenciais oferecidos pelos concorrentes; e brainstorming entre os profissionais do time de tecnologia para diagnosticar falhas no processo de contratação.  

O levantamento realizado pela healthtech identificou que o valor dos salários oferecidos era compatível com o mercado, mas era preciso um olhar atento aos benefícios para se diferenciar entre os candidatos e para reter os talentos que já estão na empresa. Por essa razão, a empresa incrementou o pacote de benefícios, levando em consideração as necessidades e o modelo de trabalho. “Os benefícios serão ofertados a partir de novembro e contemplam doação do computador de trabalho após 24 meses de atuação na empresa, auxílio educação para capacitação contínua, auxílio home office, incluindo setup para o início dos trabalhos (compra de mouse e outros acessórios)”, conta o CTO da Conexa. 

Para o processo de hunting (contratação), a estratégia mostrou que os especialistas em tecnologia preferem uma conversa franca com a liderança ao invés de realizar teste técnico durante o processo seletivo. Ao mesmo tempo, a companhia precisava se certificar da qualificação do candidato. Para solucionar, inverteu a ordem, deixando a conversa com o profissional de RH para um segundo momento e priorizando o papo com quem será o líder imediato do candidato. “Elaboramos também um guia de perguntas técnicas para essa fase, o que nos trouxe segurança sobre o conhecimento do interessado na vaga sem a necessidade de testes longos e cansativos. Essa estratégia resolveu nosso problema com contratações e, em outubro, temos apenas quatro vagas a serem preenchidas”, conta o CTO da Conexa. 

Paula Gallo, chief human resources officer da Conexa, explica que manter os talentos dentro da companhia a longo prazo é estratégico, já que com mais tempo de empresa as pessoas entendem melhor os processos internos e a cultura organizacional, além de poupar as equipes de treinamento. “Nossa ideia é que as pessoas queiram ficar conosco por se identificarem com o nosso propósito e terem qualidade de vida. Desde abril deste ano foram implementados programas de bem-estar de forma robusta aos quase 550 colaboradores de Conexa e seus familiares”. As ações incluem sensibilização da liderança, tendo 20% da agenda do C-level para a causa; consultas médicas e psicológicas; brigada de saúde mental; monitoramento de pacientes crônicos; palestras e rodas de conversa conduzidas por psicólogos; cerca de 80 cursos online; diminuição de processos burocráticos; assessoria financeira e jurídica; e muitos outros.

*Informações Assessoria de Imprensa

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