Gastos com saúde representam 10% do PIB brasileiro, diz IQVIA

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(Foto: Divulgação)

O Brasil é um dos oito países que mais gasta com medicamentos em todo o mundo, com um valor per capita estimado de U$ 701 ao ano. Cerca de 10% do PIB nacional é voltado para gastos com saúde. De acordo com a IQVIA, consultoria responsável por auditar no País o varejo farmacêutico, a América Latina registrou um aumento elevado do volume de fármacos consumidos nos últimos cinco anos, tendência que deverá se manter até 2028. Os dados foram apresentados no “Temp Log Experience 2024”, em São Paulo, em painel conduzido por Paula Mello, gerente de Projetos da IQVIA e que também contou com  a presença de Fernando Oliveira, diretor de Finanças e Operações da Merz Aesthetics, Carlos Buran e Ricardo Canteras, CEO e diretor Comercial e de Tecnologia da Temp Log, respectivamente.

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A pesquisa mostrou que esse crescimento no continente foi impulsionado pelo Brasil, onde se ampliou o uso de terapias de baixo custo, e que a projeção nacional nos próximos cinco anos é um crescimento de 8 a 11%, principalmente por conta do envelhecimento populacional, o estilo de vida pouco saudável, o crescimento econômico moderado, um maior investimento público em saúde, a velocidade nas decisões da ANVISA, a adoção de novas tecnologias pós pandemia e o crescimento do emprego formal, que gera um consequente aumento do número de vidas cobertas pelos planos de saúde privados.

O estudo revela, também, os detratores do crescimento da indústria, como as limitações dos planos de saúde impostas pelos empregadores, o grande número de medicamentos que estão prestes a perder a patente e as expectativas de aumento de preços dos medicamentos. “Do ponto de vista econômico, faltam elementos importantes para equilibrar essa balança. A agenda positiva do governo para controlar a inflação e diminuir o desemprego é importante, mas há também as altas taxas de juros, o consumo desenfreado, que podem influenciar negativamente o setor”, comentou Oliveira.

Outro ponto bastante discutido foi o alto índice de brasileiros que hoje dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). “Quanto maior o nível de empregabilidade no país, menor a dependência do sistema. Quando avaliamos São Paulo, por exemplo, que tem um nível elevado de pessoas empregadas, 41% da população tem plano de saúde. Já a média brasileira é de 25%”, explicou Paula. Atualmente, cerca de 80% dos beneficiários somente o têm por conta do empregador. O Brasil conta com 50 milhões de vidas cobertas.

Oportunidades

Dentre as principais áreas em que a indústria farmacêutica deve se desenvolver nos próximos anos, a IQVIA cita a inovação tecnológica, principalmente pelo uso de moléculas para tratamentos de doenças oncológicas e autoimunes. Atualmente, existem 228 moléculas globalmente aprovadas para administração em seres humanos e, dessas, apenas 104 (46%) são aprovadas pela ANVISA e estão em uso no Brasil. Ou seja, há ainda uma ampla gama de medicamentos que devem chegar ao país nos próximos anos, aumentando assim as oportunidades de negócios para a indústria.

Outra área que traz excelentes números é a estética. Com crescimento de mais de 26% nos últimos cinco anos, o setor movimentou, até julho de 2024, mais de R$ 2,5 bilhões. As toxinas, como a botulínica, representam 76% desse total.

A Temp Log é a única operadora logística de cadeia fria no Brasil especializada em produtos para a medicina estética e tem acompanhado de perto esses indicadores. O diretor Ricardo Canteras reforça que uma das principais preocupações da empresa atualmente é pensar em soluções que possam atender os clientes com qualidade, eficiência e segurança, garantindo um produto íntegro, de ponta a ponta, em um curto prazo, mesmo com a alta demanda.

Carlos Buran corrobora: “Estamos em um excelente momento do setor, mas isso traz também o desafio da maior rotatividade de produtos e urgência do cliente final. Por isso, sempre desenvolvemos um trabalho que mostre para quem nos contrata que investir em qualidade não é um custo, mas sim uma economia. Se eu entrego o produto com uma embalagem que não tem avarias, sem excursão de temperatura, no menor tempo, eu evito uma devolução, por exemplo, o que geraria custos financeiros e de relacionamento com os pacientes”.

Encontro

O “Temp Log Experience” acontece anualmente e é voltado para um seleto grupo convidado de C-level do mercado farmacêutico. Retornando ao formato presencial, após alguns anos sendo realizado em modelo híbrido ou 100% online, o encontro teve o painel “Lidando com as Mudanças da Indústria Farmacêutica no Cenário Nacional” como tema central.

“Foi um momento único, em que falamos sobre tudo o que movimenta hoje a indústria farmacêutica em todo o mundo. Trocar conhecimentos, aprender, olhar para o mercado em que atuamos de forma tão detalhada, com certeza, trará frutos para todos os presentes”, comemora Carlos Buran. Uma palestra com o judoca Flávio Canto, sobre superação de desafios, encerrou o evento, que contou ainda com um jantar de networking para que os presentes pudessem trocar informações sobre tudo o que absorveram ao longo do “Temp Log Experience 2024”.

*Informações Assessoria de Imprensa

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