No último mês, o Grupo Dasa e a Amil assinaram um acordo para a criação de uma nova empresa, a Ímpar, que resultará em uma rede com 4.400 leitos em 25 hospitais e centros oncológicos. Com isso, se tornará o 2º maior grupo hospitalar do Brasil, atrás somente da Rede D’or. A fusão precisará ser aprovada pelos órgãos reguladores, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), essencial para garantir que a união não prejudique a concorrência no setor.
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Especialistas avaliam que ainda há espaço para que mais companhias unam operações no setor de saúde. Isso porque a área tem estado fragmentada em diversos pontos da cadeia, abrangendo desde prestadores de serviços como hospitais, clínicas e laboratórios, até empresas pagadoras como operadoras de planos de saúde e financiadoras. Com isso, acredita-se que mais empresas busquem eficiência por meio da consolidação com outras.
Na visão do especialista em gestão de custos hospitalares e diretor de Serviços da Planisa, Marcelo Carnielo, as fusões potencializam a expansão da rede de hospitais, aumentando a capilaridade e a presença em diversas regiões do Brasil. “Isso pode resultar em uma maior oferta de serviços de saúde para a população da saúde suplementar. Os pacientes podem ter acesso a um maior número de serviços especializados, incluindo tratamentos de alta complexidade, que antes poderiam não estar disponíveis em suas regiões”, fala.
Carnielo ressalta, ainda, que a consolidação pode gerar economias de escala, ganhos de qualidade, permitindo a redução de custos operacionais e a otimização de recursos. “Isso pode se traduzir em melhores serviços a custos mais competitivos, além da possibilidade de oferecer atendimento integrado”, diz. “Outra questão é que, com a união das duas empresas, espera-se um aumento nos investimentos em tecnologia, pesquisa e inovação, o que pode melhorar significativamente a qualidade dos diagnósticos e tratamentos oferecidos”, completa.
Implicações para o Mercado e Concorrência
O diretor de Serviços da Planisa comenta que a nova rede se torna um forte concorrente para outras grandes redes hospitalares do país, o que pode levar a uma competição mais acirrada e potencialmente beneficiar os pacientes com melhores serviços e preços.
“A saúde suplementar no Brasil está se organizando em grandes grupos e de forma verticalizada, a Rede D´OR e SulAmérica é um bom exemplo. Mas nem tudo sopra a favor, com juros altos, sinistralidade alta das operadoras e despesas financeiras elevadas. As dificuldades para geração de caixa estão aquém do esperado para muitas gigantes do mercado”, salienta.
Segundo Carnielo, a criação de uma rede hospitalar robusta pode levantar preocupações sobre práticas monopolistas, limitando a concorrência em algumas regiões e potencialmente afetando a diversidade de escolha para os consumidores.
Em outro ponto, ele lembra que a fusão pode atrair investimentos e gerar empregos, contribuindo positivamente para a economia, mas faz uma ressalva. “No entanto, também é necessário considerar os desafios econômicos, como a sustentabilidade financeira das operações e a capacidade de atender à crescente demanda por serviços de saúde”.
Cultura Organizacional: Um desafio
Carnielo fala que, apesar das origens semelhantes, a cultura organizacional sempre é um desafio neste tipo de operação. “Apesar de a governança da Ímpar ter sido estruturada para manter um equilíbrio de direitos no conselho de administração, os exemplos de fusões neste porte bem-sucedidas são poucos, além de um processo que consome tempo e recurso.”
*Informações Assessoria de Imprensa
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