Edtech fatura R$ 1 mi com o avanço de pesquisas

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(Foto: Ilustração/Freepik)

A regulamentação do uso da Cannabis Medicinal no Brasil abre um espaço de mercado não só no de saúde, mas também no de educação e tecnologia. Exemplo disso é o crescimento no número de médicos formados pela WeCann Academy, comunidade global online e instituição pioneira da América Latina voltada para educação da Medicina Endocanabinoide. O reflexo do crescimento da demanda de médicos por um conhecimento mais aprofundado fez com que a plataforma alcançasse um faturamento de mais de R$ 1 milhão e um aumento no número de alunos de 400% em 2021. Segundo uma das principais pesquisadoras brasileiras sobre o tema, a médica neurocirurgiã Patricia Montagner, CEO da WeCann Academy, a plataforma projeta um crescimento de dois dígitos ao mês, além de um aumento na base de alunos cinco vezes maior em 2022.

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De acordo com a CEO, desde o ano passado as formações online na WeCann Academy deram um start para a criação de uma comunidade qualificada de médicos de várias partes do mundo para a discussão de casos clínicos e compartilhamento de experiências práticas. Hoje, a instituição está posicionada no mercado de educação médica continuada e desenvolveu uma metodologia baseada em Social Learning, que visa acelerar a absorção do conhecimento com a troca de conhecimentos e experiência em rede, dentro da comunidade.

A comunidade digital já conta com mais de 700 profissionais que trocam ideias na plataforma sobre aplicações terapêuticas e casos de sucesso com o uso da Cannabis Medicinal. A WeCann Academy formou alunos não apenas no Brasil, mas também nos EUA, América Latina e Europa. Além disso, grupos da Ásia e Oceania demonstram interesse pela capacitação qualificada da plataforma, querendo levar o curso aos seus territórios. Atualmente, segundo a Anvisa, o Brasil possui 2.100 médicos prescritores, o que representa apenas 0,42% de médicos atuantes no país.

Criada em 2020, a instituição desenvolveu uma metodologia de ensino imersiva totalmente online. A formação dá direito à Certificação Internacional exclusiva para médicos de diversas especialidades e áreas de atuação. Segundo Patrícia, a cada dia surgem novas evidências sobre a segurança e eficácia da Cannabis Medicinal e os pacientes buscam informações com seus médicos, mas, sem conhecimento técnico qualificado, esses profissionais não conseguem esclarecer o assunto e conduzir tratamentos com segurança e eficácia. “A WeCann Academy tem compromisso com a geração de conteúdo técnico qualificado, sem interferência ou viés comercial de fornecedores de produtos e medicamentos”, destaca a neurocirurgiã.

Foram investidos mais de R$ 400 mil no desenvolvimento da plataforma, curadoria do conteúdo e user experience. Pela plataforma, acessível em qualquer dispositivo e disponível em três línguas – Português, Inglês e Espanhol – médicos de todo o mundo podem participar de masterclasses ao vivo com líderes globais em Medicina Endocanabinoide e Cannabis Medicinal, sessões de atualização de estudos científicos recentemente publicados e discutir casos clínicos com colegas mais experientes. Os alunos também têm acesso a um livro digital e interativo que organiza o conteúdo técnico, facilitando a jornada de aprendizado.

Todo o conteúdo tem como base evidências científicas e a experiência prescritiva de um corpo técnico formado por 22 experts de 10 países no uso dessa ferramenta terapêutica. “Isso confere uma troca muito rica e atualizada sobre o que está acontecendo no mundo e fortalece o nosso posicionamento internacional”, destaca a especialista.

Pandemia aumentou número de prescrições da Cannabis Medicinal

No Brasil, o tratamento à base de Cannabis começou a ser prescrito para casos de epilepsia, dor crônica, Parkinson, Alzheimer e já se expande para outras doenças, como depressão, ansiedade e insônia. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a expectativa é que para 2022 as empresas do setor mais do que dobrem o faturamento, chegando a R$ 500 milhões, com pelo menos 15 novos produtos em análise pela Anvisa. “É preciso garantir a qualidade técnica do debate sobre a Cannabis Medicinal, ainda envolto em muitos tabus por falta de esclarecimentos técnicos, e os médicos devem estar à frente desse cenário, cumprindo a obrigação de proteger os interesses dos pacientes alinhados sempre com a ciência e o compromisso com melhores resultados”, explica Patrícia.

A neurocirurgiã ressalta que médicos e instituições de ensino precisam se engajar mais na questão, promover o conhecimento e partilhá-lo com a sociedade. Dessa forma, será possível estimular a criação de um ecossistema saudável e sustentável de Cannabis medicinal no Brasil e uma indústria nacional, com leis claras que permitam um mercado interno com cultivo, pesquisa, produção e controle de qualidade adequados de medicamentos à base da planta. “Isso promoverá acesso a produtos mais qualificados e economicamente viáveis, além de garantir qualidade de vida à milhares de pessoas portadoras de doenças graves, refratárias e incapacitantes, que têm na Cannabis Medicinal uma alternativa segura e eficaz de tratamento”, conclui.

Os números desse mercado mostram que o uso da Cannabis Medicinal só tende a crescer. De acordo com pesquisa da consultoria BDSA, especializada em fornecer uma visão global desse setor, o faturamento previsto até 2026 é de US$ 55,9 bilhões (R$ 315,8 bilhões), com taxa média de crescimento de 17% ao ano. No Brasil, uma análise realizada pela Kaya Mind, empresa de inteligência de mercado de Cannabis, prevê movimentação de R$ 26,1 bilhões até 2025 com o avanço da regulamentação no país. Projeto de lei 399/2015 (marco regulatório da cannabis no país) está em tramitação na Câmara dos Deputados e prevê o cultivo legal em território nacional para fins medicinais, veterinários, industriais e científicos.

*Informações Assessoria de Imprensa