‘Conceito de open health nunca esteve tão forte no mercado de saúde’, diz diretor da Falconi

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2023-12-14 | 17:00h
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2023-12-11 | 18:41h
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Saúde Debate
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(Foto: Dragana_Gordic/Freepik)

O próximo ano será de muitos desafios para o mercado de saúde. Ao mesmo tempo, o setor será impactado por diversas tendências. A incorporação tecnológica, sempre relevante para a área, tem aumentado ainda mais o ritmo, complexidade e impactos. Além disso, o sistema de saúde é cada vez mais visto como um ecossistema. O conceito de open health, por exemplo, nunca esteve tão forte nas discussões. É o que afirma o sócio e diretor sênior de Saúde da Falconi, maior consultoria brasileira de gestão empresarial e de pessoas, Alberto Lott.

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“O termo ‘open health’ é baseado no princípio de promover a abertura de dados e informações de saúde em um ecossistema colaborativo e integrado entre diversos agentes envolvidos no cuidado do paciente. A aplicação do princípio é fundamental para reduzir ineficiências deste ecossistema, que hoje não consegue, por exemplo, identificar eventos que um paciente tenha realizado em diferentes agentes. O assunto envolve ainda uma temática atual, ainda mais relevante com o advento da Lei Geral de Proteção dos Dados (LGPD)”, explica Lott.Ainda dentro do contexto da tecnologia, o diretor da Falconi cita que produtos e serviços digitais têm contribuído bastante com ao menos dois aspectos fundamentais ao longo da jornada do paciente: engajamentos cada vez mais precoces e frequentes do paciente ao sistema de saúde e uma maior eficácia nos protocolos de prevenção e de tratamento. “Novas tecnologias para medicamentos e equipamentos são geradas num ritmo nunca visto.”

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Ao mesmo tempo em que este cenário gera diversas oportunidades, tanto de melhoria de desfecho quanto de negócios, Lott destaca que ele pressiona o ecossistema a ser mais veloz na adaptação a melhorias e eficiente para conter custos adicionados, focando no que é mais relevante para as organizações e os pacientes. “Cada vez mais será preciso focar em tecnologias e soluções baseadas no uso intensivo de dados e inteligência artificial, trazendo eficiência para as áreas assistenciais, operacionais e administrativas de todos os envolvidos.”

Além disso, o local do cuidado, antes atrelado a players tradicionais, é cada vez mais descentralizado, realizado hoje desde a casa do paciente, por meio da telemedicina, a farmácias e/ou locais que buscam entregar melhores experiências aos pacientes. Por isso, Lott explica que há, cada dia mais, diferentes healthtechs buscando ofertar soluções, às vezes praticamente iguais, para dores do ecossistema de forma não coordenada.Questão do acesso à saúde revela disparidades preocupantes

O ecossistema de saúde enfrenta grandes dores em um contexto de desafios complexos. A sustentabilidade financeira no setor de saúde suplementar precisa superar adversidades que ficam evidenciadas por prejuízos operacionais alarmantes de cerca de R$ 4,3 bilhão no primeiro semestre de 2023, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Agravando o cenário, custos médicos têm experimentado um crescimento que supera os índices de inflação. Além disso, a questão do acesso à saúde revela disparidades preocupantes.

Segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), cerca de 34% dos municípios brasileiros carecem de serviços privados de saúde, restringindo o acesso da população a alternativas além do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse tema, apenas 26,1% da população desfruta do benefício da saúde suplementar, reforçando a necessidade de estratégias que ampliem o alcance dos serviços de saúde no país.

“Hoje, o cenário de qualidade e desfecho no sistema de saúde apresenta desafios destacados por um modelo centrado no tratamento da doença, e não na promoção da saúde e prevenção. Essa abordagem reativa pode resultar em consequências adversas, evidenciando a necessidade de uma mudança paradigmática em direção a estratégias mais proativas. Somam-se a isso as dificuldades enfrentadas pelos pacientes na adesão aos tratamentos, que dificultam o alcance de resultados clínicos positivos”, detalha o especialista da Falconi.

Cuidado integral ao paciente e atenção primária e bem-estar acima da média

O modelo atual do sistema é focado no tratamento da doença, em vez de cuidar da prevenção. Segundo Lott, a falta de coordenação nos níveis de atenção à saúde (primária, secundária e terciária) leva à duplicação de esforços, a exames e consultas desnecessárias e a gastos evitáveis. Assim, para ele, recursos bem alocados resultariam numa visão do todo com objetivo único de promover um cuidado integral e enfatizar a prevenção, a promoção da saúde e a coordenação de serviços para garantir tratamento abrangente e de alta qualidade.

“Essa abordagem visa diminuir o adoecimento considerando diferentes fatores como o ambiente, a cultura, genética e os hábitos individuais. A governança clínica é essencial para entregar valor em saúde, reduzindo desperdícios, aumentando a qualidade dos processos e garantindo a pacientes o tratamento consistente com o quadro clínico atual e baseado em evidências, o que melhora a qualidade dos cuidados mantendo sempre o bem-estar dos pacientes como ponto central. Para uma boa execução desse contexto é necessário alteração de modelos de atuação que por sua vez impactam na revisão de estrutura, processos, tecnologia e pessoas.”

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Cunho
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